Viver no passado?!?!
Quando comecei nestas coisas dos blogs estava apenas interessada em partilhar a minha experiência enquanto mãe adoptiva, mas aos poucos, começou a ser algo mais. Estando desempregada ao tempo que estou, já lá vão 6 anos, tornou-se um escape, um vício, uma forma de me sentir ligada ao mundo. É verdade que esta situação tem as suas vantagens como falei aqui, mas para quem tinha, como principal projecto de vida, construir uma carreira, é sem duvida deprimente.
Todos os dias procuro ver o lado positivo das situações, posso apoiar a família, que muito precisa nesta fase, tenho disponibilidade e flexibilidade para estar e acompanhar o meu filho, posso dedicar-me a outras actividades que não poderia fazer se estivesse a trabalhar. O problema é que há dias que não chega e acabo a matutar nas escolhas que fui fazendo ao longo da vida.
Houve um tempo em que me agarrava ao passado e vivia deprimida pelo que devia ter feito diferente, as escolhas erradas que me levaram onde estou hoje, e depois percebi que se não fosse assim, provavelmente não teria a vida que tenho hoje e à qual dou muito valor. Hoje sei que, independentemente, de não ter concretizado os meus sonhos, sou feliz com a vida que tenho e por isso consigo olhar para o passado de uma forma completamente diferente.
O passado não tem de ser uma ancora que nos prende e impede de viver, pode e deve ser uma ferramenta de aprendizagem para que no presente não repitamos erros que nos impediram de ter um futuro.