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UMA MÃE DE CORAÇÃO... e algo mais

Este blog, mais do que "mãe de coração" tem "fragmentos de uma vida comum". Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral, da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.

UMA MÃE DE CORAÇÃO... e algo mais

Este blog, mais do que "mãe de coração" tem "fragmentos de uma vida comum". Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral, da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.

28
Jan15

Pertencer a uma família

Como em muitos processos de adaptação, existem vários factores a ter em consideração e quando se fala da adaptação de uma criança à nova família alguns pontos são mais relevantes que outros. Quando falamos na adopção tardia temos de considerar, por exemplo, que essas crianças têm uma percepção muito diferente, da adopção, de uma criança mais pequena. Assim, os pontos referidos no texto a baixo, parecem-me muito importantes quando falamos destas questões.

Com o meu filho, e para quem acompanha o blog já sabe, tem sido, ao longo deste ano, um oscilar constante, entre o perfeitamente adaptado ao ter dificuldade em sentir-se seguro. Para ele, uma criança de 9 anos, houve um primeiro momento de ligação instantânea a toda a família,- sim que às vezes a vinculação aos pais é tão importante quanto a vinculação à família alargada, - que com o tempo veio a demonstrar que não era tanto assim... desafiou tanto os pais quanto os avós e há momentos em que a insegurança vem ao de cima e mesmo repetindo diariamente o quanto é amado, às vezes, não chega.

O amor e carinho demonstrado pela família alargada ajuda a que se sinta mais seguros, afinal não é só o pai e a mãe para ajudar e estar presente, também tem os avós, os tios, e até os primos da mãe! Qualquer uma destas pessoas o pode ir buscar à escola, quando a mãe ou o pai não estão, qualquer uma destas pessoas dá de comer, ajuda com os trabalhos de casa, leva a passear e dá mimos e carinho.

Para o meu filho tem sido fundamental a presença diária da família alargada, hoje ele sabe que se os pais não puderem estar, terá sempre quem cuide dele, agora pertence a uma família de verdade!

 

Processo de adaptação da criança adoptada

Escrito por Alhelí Quintanilla, jornalista especializada em infância e gravidez (original aqui

Existem vários factores que influenciam o processo de adaptação de uma criança adoptada: a sua herança genética, historial médica ... mas, acima de tudo, o seu historial afectivo e idade, uma vez que quanto maior for, maior a carga emocional da criança.

Para os pais, é importante que conheçam as reacções mais comuns dos seus filhos para que quando, finalmente, chegam a casa e iniciam o processo de adaptação:

Vinculação. Em circunstâncias normais a ligação entre pais e filhos é construída durante o primeiro ano de vida e é baseada no amor e confiança nos adultos; No entanto, as crianças adoptadas, na maioria dos casos, não conheceram essa segurança, - passaram por várias mãos ou instituições - o que implica que os novos pais enfrentam o desafio de estabelecer um vínculo forte e permanente com eles, que diminua e apague as consequências das suas experiências anteriores.

Por isso, é normal que, num primeiro momento, tenham medo ou rejeitem os seus novos pais e se mostrem depressivo ou, pelo contrário, que não se queiram separar deles e tentem chamar a sua atenção o tempo todo. Em qualquer caso, o mais comum nestas crianças é que coloquem à prova, constantemente, o amor incondicional de seus pais.

Conduta. No inicio podem reproduzir não só maus hábitos (higiene, comer ou dormir), que terão de ser corrigidos com paciência, mas também podem mostrar-se desobedientes, desafiadores e agressivo. Também são muito comuns a hiperactividade, e pesadelos ou terrores nocturnos.

Aprendizagem. Uma vez que eles não receberam estimulação adequada nos estágios iniciais, podem demorar algum tempo a falar, ler ou escrever, especialmente se forem crianças mais velhas, porque custa-lhes mais manter a concentração ou prestar atenção ao que lhes é dito.

Em qualquer caso, salvo excepções, o mais natural é que a convivência entre pais e filhos se concretize de forma satisfatória para ambos, como demonstrado, por um estudo realizado há dois anos pela Universidade Autónoma de Barcelona, que examinou a adaptação de crianças adoptadas, a partir de uma amostra 52 crianças, entre os 6 e os 11 anos, de diferentes países e um grupo de controle de 44 crianças não adoptadas. De acordo com as suas conclusões, os filhos adoptivos não apresentaram diferenças significativas de adaptação em relação às outras crianças, aliás eram menos propensos a somatizar problemas psicológicos, graças ao seu próprio esforço e aos que os circundavam, de forma a evitar que isso aconteça.