Os primeiros passos....
Hoje senti-me inspirada a partilhar um pouco mais da nossa experiência nesta aventura da maternidade... ler os vários comentários e em particular o da Ana Gomes no meu ultimo post, fez-me recuar a uma época, que me parece agora muito distante, em que apenas sonhava com a maternidade e vivia em busca de testemunhos que me ajudassem na minha escolha - aliás foi por esse mesmo motivo que comecei este blog!
Todos criamos expectativas sobre determinados momentos, determinadas experiências, e raras são as pessoas que conheço que não se desiludem com o resultado final.
No post quando-nos-conhecemos-a-1a-semana contei em detalhe como foi a encontro com o meu primeiro filho, o que senti e a desilusão que senti pelo que não estava a sentir...seria de esperar que da segunda volta fosse mais fácil, mas não foi... toda aquela 1ª semana foi completamente diferente da 1ª semana com o meu filho. Desde o tempo que tivemos para nos conhecermos, à organização da agenda, ao acompanhamento dos técnicos da casa e dos técnicos da segurança social local, tudo foi diferente, até a reacção da minha filha ao conhecer-nos.
Tinha-me preparado para uma reacção tímida, nervosa e insegura por parte da minha filha. Desta vez, tinha já uma ideia do que falar com ela, do que perguntar, até das respostas que lhe iria dar às perguntas que imaginei que faria...mas não foi nada assim.
No final da reunião de apresentação do processo com todos os técnicos, (2 da segurança social local, 2 da segurança social da nossa área mais 2 técnicas da casa) saíram todos para o corredor e esperaram por ali mesmo que alguém trouxesse a minha filha, nós ficámos na sala à espera. Heis que ali aparece uma miúda que, para todos os efeitos tinha 11 anos, mas que corria como uma criança pequenina em dia de Natal... entrou pela sala dentro a gritar mamã e papá, atirou-se para os nossos braços começando logo a falar sem parar...confesso que não me lembro nada do que ela disse, mas recordo bem da sensação de tive... a minha retracção pode não ter sido evidente aos espectadores, mas não a consegui esconder de mim mesma, e um vez mais lá estava eu a sentir-me a pior das mulheres, a pior das mães!... e, apesar do meu lado racional saber que a reacção exagerada dela nada tinha a ver comigo mas com ela própria, não consegui mudar o que estava a sentir.
Desta vez não foi numa semana nem num mês que me senti novamente confortavel na minha pele na presença dela, levei bem mais tempo...
...e assim, uma vez mais, a vida encarregou-se de me dar a bofetada de luva branca para perder a minha arrogância de achar que, por ter passado por uma experiência, estaria preparada para a segunda!!! ah humildade...a quanto obrigas!!!