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UMA MÃE DE CORAÇÃO... e algo mais

Este blog, mais do que "mãe de coração" tem "fragmentos de uma vida comum". Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral, da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.

UMA MÃE DE CORAÇÃO... e algo mais

Este blog, mais do que "mãe de coração" tem "fragmentos de uma vida comum". Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral, da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.

23
Jun16

Estou meio que deprimida...

... tenho estado para aqui a ler o Relatório CASA de 2014 (parece que o de 2015 está difícil de redigir...acho que sai lá para o final do ano... de 2016), e aquela sensação de angustia voltou a assaltar-me. Sinto um nó no estômago sempre que penso na quantidade de jovens institucionalizados e a quem é negada uma família uma vez e outra vez e mais outra, e sabe-se lá quantas mais.

 

Apresentam por ali estatísticas que comprovam que há crianças a ser institucionalizadas cada vez mais tarde (fico com a sensação que logo que entram na adolescência e se tornam "difíceis" tratam de os despachar para uma qualquer instituição), jovens/crianças a passar de instituição em instituição, outras que entram cedo demais e passam toda a infância nesses lares, sem uma família, alguém que os encaminhe de verdade para a vida adulta, alguém que os ame.

 

Conheço o caso de uma criança que esteve institucionalizada durante 6 anos, sem contacto com a família biológica, mas, porque o juiz da comarca em que se encontrava, não era a favor da adopção, foi deixando passar o tempo solicitando sempre, às técnicas, novas tentativas de integração na família biologia. Outro caso, é de uma jovem menina, adolescente, cujos progenitores estavam na cadeia por prostituição e proxenetismo que permanecia institucionalizada (aparentemente a cumprir a mesma pena dos pais!!) porque estes não concordaram em entrega-la para adopção, mas concordaram em entregar o filho mais novo. A resposta de uma das técnicas da instituição é que pelo menos ainda a queriam a ela!!! 

Da vez que ouvi estas histórias fiquei super revoltada a questionar-me onde é que ficava o superior interesse das crianças!!!

 

Sei que estas questões não são tão simples assim, ou talvez, não tão lineares, e também sei, por experiência, que não é sempre assim. Há juízes que realmente olham ao que mais convém às crianças, há técnicas atentas que zelam da melhor forma possível pelos interesses destas crianças, mas ao que me parece, ainda se encontra muitos preconceitos junto dos decisores, os próprios políticos que apresentam as propostas de lei, ou que aprovam os regulamentos, são muitas vezes cegos ao que realmente importa para que as nossas crianças e jovens possam crescer de forma saudável e tornarem-se membros produtivos da sociedade!!!

 

Pergunto-me muita vez o que posso eu fazer para melhorar a situação...e ainda não encontrei respostas!!!

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