Cancro de mama
Hoje partilho o vídeo abaixo. Não pela campanha, não pela publicidade, não por ser um dia especial, apenas e só pela mensagem que passa. Vi-o hoje e quis partilhar:
Há uns bons largos anos, a esposa de um amigo de infância do meu marido, que havia estado presente no nosso casamento, faleceu vitima de cancro da mama. 6 meses depois de ter dado vida à filha perde a dela. A preocupação, espaço e tempo que dedicou à sua recem-nascida não lhe permitiu cuidar dela mesma e tentar saber que caroço era aquele no seio.
A minha mãe, depois de uma mamografia de rotina, descobre o cancro e é submetida a uma mastectomia e à quimioterapia. Foram dias difíceis ultrapassados com o apoio de toda a família (que é fantástica!!). Recordo os meus sobrinhos, ainda pequenos, deitados na cama com ela depois de mais uma sessão de quimioterapia. Ele sempre meiguinho afagando a careca da avó e dizendo, "agora tens uma cabeça igual à minha" (ele sempre usou o cabelo muito curtinho) e a minha mãe chorava feliz com o carinho do neto. A única que viu a cicatriz foi a neta, que não aceitou um não como resposta e disse com ar de surpresa à avó "tás tão gira avó, tens um fecho no lugar da maminha!". Hoje tudo faz parte do passado, e apesar de continuar sob vigilância está bem.
Depois veio a minha irmã mais velha que descobre um caroço durante o seu auto-exame. Testes para a frente e para trás, todos inconclusivos até à cirurgia, pode tirar apenas o caroço ou o peito todo, não sabe, mas qual guerreira brincou com a situação até há hora da cirurgia. Resultado cancro maligno "envolto" num quisto que não permitiu metástases. Retirou apenas o caroço e fez radioterapia e por cá está ainda saudável.
Claramente, a lição que eu recebi com as mulheres que me são próximas, e que sofreram deste mal é a prevenção, por isso, invariavelmente, lá estou todos os anos a fazer os exames necessários.
Não falei de um factor importante, os homens da família: o meu pai que sofreu, inicialmente, em silêncio o receio de perder a companheira, mas com o apoio da família soube verbalizar o desejo de a ver saudável com ou sem os seios; o meu cunhado que, apesar de "atarantado" nos últimos momentos antes da cirurgia, esteve sempre ao lado da minha irmã; o meu marido que, ao ser confrontado com a possibilidade de eu retirar ambos os seios (ponderei essa opção no caso dos testes genéticos serem positivos) me deu todo o apoio.
Uma coisa é certa, não basta falar da necessidade da prevenção das doenças num determinado dia, semana ou mês do ano, devemos falar sempre que for possível.