As férias de Natal
As aulas estão a terminar e parece que com este fim vem a tempestade...as últimas semanas têm sido mais desafiantes (é o termo mais simpático para utilizar).
Desde que começou a "azafama" do Natal que o nosso pequeno tem andado num turbilhão. São noites mal dormidas, irritabilidade constante, mudanças extremas de humor (ora histericamente feliz ora irado de todo), desobediência e faltas de educação constantes e, embora haja momentos em que me sinto pelos cabelos, sei que tudo isto são sintomas de uma ansiedade que ele não é capaz de identificar nem de controlar.
Tudo começou com o sorteio para o amigo secreto que fazemos há uns anos com um "braço" da minha família alargada. Já são poucas as crianças, mas muitos adultos e querendo manter o espírito de Natal de partilha sem sermos levados pelo consumismo extremo, temos optado por fazer um sorteio para o amigo secreto onde também as crianças participam. Depois cada um opta por dar algo extra aos filhos ou não. Ora por mais vezes que explicasse ao meu filho esta tradição ele sentia-se confuso e ansioso até ver como fazíamos o sorteio. A partir daí tem sido tudo a acumular... Os testes na escola, depois a festa de Natal da escola onde foi actuar (cantou muito bem por sinal!!! Oh p'ra mamã babada!!!hehehe), a preparação do primeiro aniversário em casa, depois o Natal e entretanto o regresso às aulas... espero apenas que o início do novo ano traga alguma calmaria!
Haviam-nos dito que tudo poderia acalmar quando o processo de adopção ficasse concluído. A sentença chegou no início deste período mais conturbado e pareceu-me que apenas ajudou à confusão e não o contrário.
Cada criança é única e reage de forma diferente. Para o meu filho este período de pré-adopção pareceu-lhe pequeno, disse-me que achava que a decisão final iria demorar mais tempo a chegar. Cheguei mesmo a questioná-lo se tinha duvidas ou receios quanto à nossa relação ao que me respondeu: "Achas mãe? Eu sei que sou teu filho, até sou parecido contigo, não dizes que tenho os teus defeitos?"....e assim nos rimos! É mais uma das brincadeiras que temos...porque a verdade é que ele tem muitas características ou particularidades iguais às que eu tinha na idade dele...há quem diga que não devemos fazer comparações, mas ao meu filho ajuda-o a sentir-se parte da família.