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UMA MÃE DE CORAÇÃO... e algo mais

Este blog, mais do que "mãe de coração" tem "fragmentos de uma vida comum". Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral, da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.

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Este blog, mais do que "mãe de coração" tem "fragmentos de uma vida comum". Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral, da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.

09
Abr15

A culpa...

...este sentimento torto que invade a vida de tantas mães!

 

Há uns tempos escrevi aqui sobre as saídas a dois e o feedback que teve deixou-me a pensar. Depois li o post da Ana (Mulher, Filha e Mãe) há uns dias e voltei a remoer um pouco mais o tema. Parecem questões diferentes, e são, mas o sentimento que nos leva a questionar  é o mesmo - a CULPA. As opiniões manifestadas em ambos os posts é basicamente a mesma, ou seja, é importante o tempo para nós mesmas e para a relação do casal, mas...o famoso "MAS"... são poucas ou nenhumas as mulheres que conseguem usufruir desses momentos sem a dita "CULPA" (a maldita palavra que detesto). Parece impresso no cérebro feminino que só é boa mãe quem passa todo o seu tempo dedicado há família, particularmente aos filhos. Medimos a nossa capacidade de ser "boas mães" pela quantidade de tempo que estamos a dedicar aos nossos filhos.

 

Vi em tempos um programa que falava em particular desta questão. A americana Robin McGraw (defensora do direito de ser mulher, esposa do psicólogo americano Phill McGraw e mãe de 2 rapazes adultos, entre outras coisas), como explica neste vídeo a uma mãe, dizia que uma mulher antes de poder cuidar dos outros tem de cuidar dela mesma. Na altura, recordo que uma luzinha se acendeu em mim. Sempre me fez confusão, antes mesmo de ser mãe, ver as mulheres que me rodeiam, colocarem sempre os filhos à frente de tudo. Entendam-me, para mim, as necessidades básicas de qualquer criança está primeiro, enquanto pais essa é a nossa obrigação, mas isso não significa que o mundo gira à volta deles. O que lhes poderá acontecer no futuro quando perceberem que na realidade não o são (o centro do mundo)!?!? Nas relações com os amigos, nas relações profissionais e até mesmo numa relação amorosa??

 

É importante que aprendam, desde pequenos, que sim, são importantes para os pais, sim são amados, e sim, têm de respeitar os outros e respeitar-se a si mesmos. E se a criança aprende com o exemplo, então não é importante mostrar-lhes que devem cuidar delas próprias, vendo-nos cuidar de nós mesmas? Não nos compete a nós, enquanto pais, mostrar-lhes o melhor exemplo do que queremos para eles, numa relação a dois, vendo os pais cuidarem um do outro e terem tempo para eles?

 

Algo que me tenho apercebido nos últimos tempos é que as semanas mais complicadas cá em casa, são exactamente aquelas em que não consigo arranjar um tempinho para mim...o nível de stress sobe sempre! Por isso mudei algumas atitudes que tinha.

 

Quando saímos para as caminhadas da manhã ao fim-de-semana, normalmente, ele ia de bicicleta a fazer avarias e eu acabava mais stressada do que se estivesse em casa, então passámos a deixar a bicicleta no carro, acompanha a nossa caminhada e no final tem um tempinho para fazer as suas manobras no parque próprio para o efeito - no inicio não gostou, mas teve de se habituar que eu e o pai também temos direito ao nosso momento. Na minha hora do banho, a menos que a casa pegue fogo, não pode "perturbar" esse momento - era sempre nessa hora que ia bater à porta e fazer mil perguntas, demorou um pouco este habito mas ao fim de duas semanas já estava entranhado. Se passo o dia fora a trabalhar, há os minutos de "meditação" da mãe (um tempinho para desligar do mundo e relaxar) e depois há o tempo com o filho. E isto é apenas o início!!!

 

Entretanto, ainda estou em processo de me livrar da culpa que me assalta quando finco pé com o meu filho e imponho as novas regras, sim às vezes sinto-me um pouquinho fria e egoísta, mas agora sei que não é assim! Tenho direito de cuidar de mim, tenho direito ao meu tempo, o meu momento!!!!

 

Tudo é uma questão de tempo, mudar a mentalidade que impõem esta culpa nas mulheres, mas tal como tudo na vida, a mudança tem de começar em nós mesmos. Além de nos afirmarmos, precisamos, também, aprender a aceitar as escolhas das outras mulheres. Quer escolha ficar em casa com os filhos, quer escolha uma carreira profissional, e distribuir o seu tempo de outra forma, esse é o seu direito e eu não tenho de fazer qualquer tipo de juízo sobre a vida que cada uma escolhe ter!!!!

 

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