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UMA MÃE DE CORAÇÃO... e algo mais

Este blog, mais do que "mãe de coração" tem "fragmentos de uma vida comum". Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral, da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.

UMA MÃE DE CORAÇÃO... e algo mais

Este blog, mais do que "mãe de coração" tem "fragmentos de uma vida comum". Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral, da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.

06
Mar23

Ah a maioridade...

Olá olá... cá estou, ao fim de não sei quanto tempo, para partilhar mais um pouco de mim...desta vez, já não prometo voltar a escrever em breve porque, apesar do gosto por esta partilha, a vida acaba sempre por se meter pelo meio!! 

Muitas mudanças neste novo ano, e principalmente, no final do ano passado. Uma das principais foi o grande passo do rapaz na maioridade e, consequentemente, a entrada na universidade. E que misto de emoções isto acarreta, para ele e principalmente para mim!!!

Foi tudo um grande turbilhão, ele porque no meio das suas inseguranças não consegue decidir o que gosta, o que quer, o que deseja ou sente, por isso faz muitas não escolhas, ou seja, segue o caminho mais fácil para ele... ai como isto mexe comigo!! Queria poder abrir-lhe a cabeça e colocar lá todo o potencial que eu reconheço nele. Queria abrir-lhe o coração e colocar lá dentro todo o orgulho e amor que sinto por ele!!

Lamentavelmente, como me estão sempre a recordar, só ele é que pode viver a vida dele...

A saída de casa também não foi mais fácil. Ele a querer marcar posição enquanto gente adulta e independente e a mãe a querer mantê-lo debaixo da asa. Que tormento, não o ver todos os dias, não o abraçar e beijar antes de ir dormir, e pior do que tudo, ele não me procurar... fez-me sentir obsoleta na vida dele, completamente descartada, e, embora saiba que não é bem assim, custa IMENSO!!

Quero voltar atrás no tempo, regressar ao primeiro dia em que nos conhecemos, e viver tudo outra vez...ou talvez não, porque sei que nada seria igual. Gosto da relação que temos hoje, com todos os stresses, amuos e discussões, sei que me ama, sei que ele sabe que o amo, e essas certezas acalmam o coração desta mãe que não está nada preparada para dar asas ao filho.

Um dia disseram-me que os filhos não são nossos, são do mundo...e embora tenha de dar espaço ao meu filho para sentir e experimentar um mundo inteiro, eu também quero fazer parte do mundo dele, porque ele é uma grande parte do meu mundo...

E, como alguns já questionaram sobre esta coisa da maioridade e a adopção, para ele ainda não houve interesse em procurar a família biológica, talvez porque nunca esteve vedado o acesso a informação alguma, talvez por ter essa parte do passado resolvida, talvez por sentir que a única família que deseja é a que tem hoje, talvez por ainda não ter despertado a curiosidade, ou talvez, apenas porque ainda não aconteceu. Já visitou a terra da infância no google earth por curiosidade, e contou algumas das suas memórias da primeira infância, mas não passou disso, uma conversa, como tantas outras ao longo dos anos.

E assim, segue a vida!