Este blog, mais do que "mãe de coração" tem
"fragmentos de uma vida comum".
Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral,
da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.
Este blog, mais do que "mãe de coração" tem
"fragmentos de uma vida comum".
Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral,
da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.
... que gosto quando o meu filho se aninha nos meus braços a chorar, não um choro qualquer, mas aquele choro sério, de tristeza que lava a alma.
Eu sei, parece muito mau dizer isto, mas para quem passa por esta "aventura" da adopção tardia sabe quão valioso é esse choro. Não se trata apenas de libertar as emoções, mas de viver as emoções certas, que foram privados na maior parte das suas vidas.
Há o choro da birra, da raiva, mas o da tristeza e da impotência, da frustração é especial. É quando percebemos que estão a tornar-se emocionalmente saudáveis e é por isso que é tão especial!! Quando aprendem a lidar com a tristeza e a frustração de uma forma diferente que não com raiva e agressividade!
Começou há pouco tempo cá em casa e não e muito frequente, mas já existe e por isso faz-me feliz... ainda que me parta o coração!!!!
Estou há imenso tempo para escrever este post, ou melhor, para me decidir a escrevê-lo. Sou uma daquelas pessoas que, quando sente que tudo se encaixa e começa a falar no assunto, parece que tudo desmorona. Quero quebrar essa minha superstição e valorizar mais o que, de bom, tenho.
Assim, e porque acho que há que passar sempre uma mensagem de optimismo, resolvi que tenho de partilhar as mudanças de "clima" cá em casa.
Confesso que andei um pouco receosa com o início do novo ano lectivo. Nos anos anteriores era sempre uma época complicada. O rapaz não queria voltar para a escola, estudar ou fazer TPC's era sempre debaixo de pressão, recebia recados da DT quase semana sim, semana não, o material escolar desaparecia à velocidade da luz, todos os professores se queixavam das constantes interrupções nas aulas, ora para ir à casa-de-banho, ora para acender as luzes, depois queria apagá-las, enfim, era só reclamações. Por tudo isto imaginam que não era uma época que eu ansiasse.
Depois de dois meses de aulas e com as avaliações intercalares passados devo dizer que estou agradavelmente surpreendida. Começo a acreditar quando se diz que "o tempo cura tudo". As mudanças de comportamento têm sido bem visíveis e até o humor dele está diferente... o pai chegou a perguntar algumas vezes o que é que ele andava a aprontar para andar sempre tão bem disposto!!!
Apesar de ter custado retomar as rotinas, há já algum tempo que estão perfeitamente encaixadas. Quanto aos estudos e TPC's, deixámos à responsabilidade dele e apesar de eu perguntar e insistir no tempo de estudo, hoje em dia ele sabe o que tem para fazer e faz sozinho. Continua a cumprir com as tarefas em casa, respeita as regras e gere de forma extraordinariamente melhor as emoções.
Tudo isto pode parecer exagero, mas se eu disser que sempre que fazia os trabalhos de casa, nos anos anteriores, era raro o dia que não acabasse em gritaria, não estou a exagerar. Sempre que havia a mais pequena contrariedade a casa quase vinha a baixo com os gritos e as birras e amuos constantes.
Com isto não quero dizer que, agora, é tudo perfeito, os amuos continuam a existir, as frustrações ainda estão presentes, mas se algum pai/mãe me vier dizer que os filhos são perfeitos eu vou, de certeza, pensar que me estão a tentar enganar ou a enganar-se a eles próprios... as crianças não são perfeitas, o ser humano não é perfeito, mas o meu rapaz é perfeito para mim!!
O principal é que hoje em dia ele controla muito melhor as emoções e isso deixa-o feliz e vê-se todos os dias!!!
... confesso que não sou muito dada a politiquices, mas estas eleições nos EUA mexeram mesmo muito comigo. Chego a sentir um aperto no peito ao pensar quem, os americanos, escolheram para os representar!!!
Independentemente, das políticas sociais ou económicas de um ou de outro candidato, quer se goste ou não da candidata democrata, escolher (e estamos a falar de uma maioria esmagadora - segundo os relatos que tenho ouvido) alguém que representa o topo da ignorância humana deixa-me sem palavras.
Todo o discurso do senhor pode ser explicado como demagogia política, dizer o que acha que os outros querem ouvir e não o que realmente se pensa, mas para mim isso não diminui em nada a tristeza e o receio que me provoca este tipo de mentalidade. No fundo, ainda que assim não pense, está na verdade a alimentar a ignorância, o preconceito, o racismo, a xenofobia e tudo o mais que está podre na humanidade...
... este não é definitivamente o mundo que eu quero deixar aos meus filhos... estou, profundamente, chocada com a ignorância comprovado naquele país!!!