Este blog, mais do que "mãe de coração" tem
"fragmentos de uma vida comum".
Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral,
da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.
Este blog, mais do que "mãe de coração" tem
"fragmentos de uma vida comum".
Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral,
da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.
#2 - "Alegre-se porque todo o lugar é aqui e todo o momento é agora."
Costumamos pensar apenas no passado ou estar excessivamente preocupados com o futuro. Isso impede-nos de viver o momento e faz com que as nossas vidas passem sem que tenhamos consciência disso. Portanto, devemos aprender a estar plenamente presentes e desfrutar cada momento como se fosse o último.
Esta foi das batalhas (ou é) mais difíceis a travar comigo mesma... antes vivia a remoer o passado à procura de respostas para o presente, depois passei a concentrar-me no futuro e a preocupar-me em excesso!
Agora faço tudo um pouco, procuro no passado respostas para o presente enquanto o desfruto e planeio para o futuro.
Hoje foi dia da entrevista social... sendo com a mesma técnica da primeira vez, era suposto ser uma "coisinha rápida" pois já nos conhece, mas na verdade foram duas longas horas de conversa (muito agradável!!).
Falámos de tanta coisa que me é impossível lembrar de tudo. Ainda assim, para os interessados, fica uma abreviatura do que se fala, normalmente, na entrevista social:
se fosse a primeira vez, faria perguntas sobre a nossa infância, a família, como nos conhecemos, tendo por base o questionário individual que entregámos;
sendo a segunda vez, aproveitámos para falar do que tinha mudado nas nossas vidas pessoais, como estávamos enquanto casal depois da chegada do nosso filho;
em termos profissionais o que havia mudado;
situação financeira (rendimentos, despesas)
o porquê desta nova adopção, como tínhamos chegado a esta decisão e como o nosso filho estava a reagir à mesma;
como havia sido a reacção da família/amigos a esta nossa decisão.
Desta vez, e de acordo com as novas alterações introduzidas com a nova lei de adopção*, respondemos a um pequeno questionário sobre o que, para nós, fazia sentido aceitar no que respeita aos antecedentes e "características" da criança/futuro filh@. - visto assim parece que estamos a fazer a lista das compras... mas se passarem por esta situação vão ver que é muito mais do que isso, e que não devemos ter vergonha ou receio de sermos honesto, até com nós mesmos.
(simbolo adopção nos EUA)
Estas entrevistas não são um "bicho de sete cabeças", é certo que também depende muito das técnicas que estão a acompanhar o processo, mas são apenas uma forma de nos darmos a conhecer, e quanto mais tranquilos e transparentes formos, mais fácil é que tudo corra bem.
Há umas semanas ... na verdade, nem sei bem há quanto tempo... mas há algum, com certeza, tive uma "chamada de consciência" que me tem dado muito que pensar.
Uns dias depois de ler o comentário da Cipreste a um dos meus posts, quis escrever sobre o que pensava e sentia acerca do que ela havia dito, mas, por algum motivo, parecia que as palavras nunca eram as certas. Fiz uns cinco rascunhos e eliminei todos, entretanto, percebi que não era algo que eu conseguisse explicar de uma só vez. Decidi então, dividir por dois ou três posts... e também não correu bem... começo a achar que o problema está na minha capacidade de "pôr no papel" o que estou a pensar/sentir, e não tanto o tema em si.
Então é assim, durante muito tempo tentei convencer as pessoas que me diziam que era uma "loucura" adoptar uma criança crescida porque seria mais difícil de educar que, na verdade é a mesma coisa, educar um filho biológico ou um filho por via da adopção é a mesma coisa. Depois veio o comentário da Cipreste que referi em cima e concordei em pleno com ela. Depois fiquei a pensar, afinal em que é que ficamos, é o mesmo ou não é??? Cheguei à conclusão que é e não é!!!! hahaha ... e agora estão todos (os dois ou três que leram o post!!! ;) já agora obrigada!) a pensar que enlouqueci de vez. Talvez, mas se quiserem acompanhar o meu raciocínio digam-me de vossa justiça.
Digamos que o amor e dedicação necessários para educar uma criança é igual quer partilhemos o nosso "material genético" quer não. Quando educamos uma criança desde a sua nascença ou a partir dos primeiros meses acredito que é a mesma coisa. Se "apanhamos o comboio a meio" então é muito diferente!!! E, eu mesma, só me apercebi de como é mesmo muito diferente depois de me ter confrontado com as minhas "ideias" iniciais.
Logo que aceitei esta realidade - que educar o meu filho é muito diferente do que seria se ele tivesse vindo mais cedo para casa - parei com as comparações (que sim, também fazia, embora achasse que não), e aceitei que é diferente, que quem não vive a situação tem dificuldade em compreender e daí ser tão fácil julgar, por isso limito-me a ouvir e seleccionar o que é pertinente para mim, tudo o resto ignoro (...ou tento, conforme os dias!!).
... muito tenho lido, muito tenho ouvido, e pergunto-me se, quem mais fala, sabe o que diz??? Será que as pessoas já se tentaram informar de verdade sobre o que está a ser discutido???
Quis calar-me aos comentários que fui lendo no facebook porque achei que a ignorância é uma escolha e se falasse apenas daria espaço a bate boca desnecessário. Contudo, e porque está difícil calar, permitam-me, aos interessados em entender a questão, esclarecer alguns pontos, com base no meu conhecimento pessoal (que até é algum!!).
Então é assim, as escolas com contrato de associação não são as escolas privadas de elite que alguns falam, mas sim escolas publicas com investimento privado. Ou seja, apesar dos edifícios serem privados a escola está aberta a todas as crianças. Funciona com o dinheiro publico tal como uma escola publica. Recebe um determinado valor por aluno, inferior ao que as escolas publicas recebem. Estas escolas surgiram, em tempos, em resposta à falta de colégios públicos em determinadas regiões do país, com o tempo e porque não se pretendia, apenas, formar os de maiores posses, foram abrindo portas aos mais desfavorecidos. Sendo que a determinada altura tornou-se insustentável esta prática, criaram-se então estes contratos. Assim, ao invés do Estado investir dinheiro em novas estruturas para permitir o acesso ao ensino a todos, pagaria, por aluno, aos privados existentes, que assim deixariam de o ser, passando a prestar um serviço publico.
Assim, fique-se a saber que cada aluno que se encontra nestes colégios custa menos ao estado do que os do ensino público e estamos a falar de crianças oriundas de diversos estratos sociais, de famílias com todos os tipos de rendimento.
Já ouvi dizer que os professores destes colégios estão a roubar o lugar a outros professores no ensino publico ao prestarem serviço em ambos os lados. Quanto a isso, apenas posso dizer que não conheço nenhum caso, aliás, acho mesmo estranho isso poder acontecer quando os professores destes colégios, por norma, trabalham mais horas do que os professores do ensino publico. Mais, caso o estado cesse estes contratos, estimo que a maioria, se não todos, estes colégios fecharão portas e, portanto, teremos umas quantas dezenas (ou deveria dizer, centenas) de novos professores a entrar nos concursos públicos!!!
Sobre os funcionários destas escolas, saiba-se que recebem bem menos (mesmo menos) que funcionários públicos, descontam para a SS tal como outro funcionário do sector privado e não têm qualquer regalia extra por, a instituição onde trabalham, prestar serviço público.
No que respeita à qualidade de ensino, confesso que não me posso pronunciar, não conheço as escolas públicas já que estudei num destes colégios e o meu filho está a estudar no mesmo (sim, sim, chamem-me tendenciosa, mas fiquem a saber, se é que diz respeito a alguém, que não tive pais ricos nem sou rica). Sei que o acompanhamento que o meu filho tem na escola que frequenta não há nas escolas públicas da zona. O meu filho entra na escola às 9h e sai às 17h30, fora os intervalos, todas estas horas são ocupadas por aulas, actividades e tempos de estudo acompanhados por um professor, o Estado não paga estas horas extras, são geridas pela direcção do colégio com o dinheiro que recebem e, em determinados casos (determinadas actividades) são pagas pelos pais. Daí se ver que os professores ganham menos nestes colégios já que o horário deles é maior.
Agora eu pergunto: será que eu devia parar de pagar impostos já que o Estado não me permite escolher onde eu quero que ele pague o ensino do meu filho?????? Durante anos paguei impostos para que os filhos dos outros tivessem ensino gratuito, agora no que toca ao meu já não pode ser??? Eu não peço que seja 100% gratuito, peço apenas o que é de direito do meu filho!!!
Será que estamos melhor com escolas públicas, com o Estado a pagar todas as despesas, a investir em edifícios que não têm as condições mínimas ou será melhor aproveitar as instalações que os privados "cedem" para o ensino publico??? Atenção que estas escolas são responsáveis por todas e quais quer obras que sejam necessárias, o Estado não comparticipa com dinheiro nestas situações , mas numa escola publica lamento mas o proprietário (ESTADO) é quem tem de pagar!!! Agora digam-me quem é que está a pagar impostos para quem???
Perdoem-me o testamento mas realmente já não conseguia calar mais... SERÁ QUE ME FIZ ENTENDER??? SERÁ QUE AINDA RESTAM DUVIDAS DO QUE É (pelo menos financeiramente) MAIS VANTAJOSO PARA O NOSSO PAÍS????
Ontem foi dia de reunião com a Directora de turma do meu rapaz. O recado a convocar a minha presença chegou na semana passada. Dadas as últimas conversas que tive com a senhora, convenhamos que não esperava receber boas notícias. Foi, também, a primeira vez que vi o meu filho preocupado em trazer o recado para casa!!!
Imaginam então a cara com que cheguei à escola!!!
Para minha surpresa, na verdade, a professora quis chamar-me à atenção para dois ou três episódios, não graves, do comportamento dele. Insisti várias vezes se tinha sido "apenas" aquele o motivo pelo qual me havia chamado. Ao que ela respondeu que sim, não havia mais nada.
Depois lá me disse que sabe que somos pais interessados e que gostamos de saber de todas as situações, e que se preocupam (os professores dele) porque sabem das capacidades dele, mas que, devido ao comportamento que tem na sala de aula, além de não conseguir atingir os objectivos, também fica prejudicado com a nota do comportamento.
Pedi-lhe, uma vez mais, que reforçasse junto de todos os professores que eu e o pai dele agradecemos que o castiguem sempre que não tiver o comportamento adequado. Claro que iria falar com ele, mas que tem de ser castigado na hora , de pouco serve eu castigá-lo em casa por algo que fez na escola. Na verdade já tinha tido uma conversa séria com ele no dia em que veio com o recado e ao que parece surtiu algum efeito porque ela disse que os últimos dias tinham sido bastante mais calmos.
Quando comentei a conversa com o meu marido ele disse que é natural já que o miúdo tem medo de mim! Ora eu pergunto-me se será medo ou respeito?? Quando se tem medo de alguém anda-se sempre atrelado a ela??? É que o meu pimpolho anda sempre atrelado a mim, grudado como carrapato... e quando questionado diz sempre que quem manda é a mãe... não sei... quero acreditar que é respeito, que não é apenas uma fase, e embora esteja atenta rejeito completamente a ideia de que obedece por medo!!!... se bem que um pouco de medo se calhar nem é assim tão mau... medo de sofrer consequências más por atitudes menos boas... não medo da mãe!!