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UMA MÃE DE CORAÇÃO... e algo mais

Este blog, mais do que "mãe de coração" tem "fragmentos de uma vida comum". Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral, da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.

UMA MÃE DE CORAÇÃO... e algo mais

Este blog, mais do que "mãe de coração" tem "fragmentos de uma vida comum". Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral, da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.

21
Mar16

Os últimos dias...

Resumo dos últimos dias... filho recuperado.... mãe doente!!!


 


Diferença.... filho faltou às aulas para recuperar, mãe continuou a trabalhar!! 


 


Hoje começaram as férias dele, as minhas também... ou não?? Pois, é verdade que estou em casa enquanto a minha avó passa uns tempos com a minha tia, mas com o filhos em casa alguma mãe tem mesmo férias??? Estar em casa também conta como férias?? Para mim não!! Há mil coisas a fazer, projectos que ficam em pausa enquanto fico com a minha avó e agora é o momento de avançar com eles.


 


Ontem começou a primavera, foi o aniversário da "piquena" (a minha avó além de estar como uma criança está também muito pequena!!) e o sol que, de vez em quando espreita, é suplantado em segundos por nuvens negras e carregadas, a esperança é que melhore rápido para que também eu recupere depressa energias e consiga avançar com tudo o que tinha planeado para estes dias!!!


 

16
Mar16

Histórias de adopção

Todas as nossas histórias são diferentes. Na adopção também é assim. Há muitos que acreditam que quem adopta quer bebé loirinho de olhos claros e 100% saudável, mas não é sempre assim. Ás vezes as pessoas surpreendem-nos.

 

No Brasil há uma grande abertura sobre a questão da adopção, algo que ainda não vi muito por cá. Somos poucos a partilhar a nossa história e, outros como eu, que se sentem inseguros por partilhar a nossa realidade abertamente para "desconhecidos". Mantenho o que sempre disse (acho que já o disse por aqui), quando envolve menores de idade algum "anonimato" é o melhor caminho.

 

Ainda assim achei este "testemunho" importante demais para não partilhar.

 

 

14
Mar16

Criança doente!!

Amo o meu rapaz... mas estou mortinha por deixá-lo amanhã na escola!!! 

 

Como o marido o apelida, ele é um autentico "pega-monstros", mas doente fica 1.000.000 de vezes pior!!!

 

Hoje foi comigo para casa dos avós já que ainda não estava a 100% e a avó não podia faltar outro dia ao trabalho... convenhamos que, ele sempre foi tagarela, mexido e, lá está, "pega-monstros"... mas hoje estava particularmente "enlouquecido" ... ou apostado em enlouquecer a mãe!!!

 

TOU DE RASTOS!!!

 

O silencio em casa, neste momento, em que ele dorme tranquilamente é quase ensurdecedor!!! Está mesmo a saber TÃO bem!!!!

 

Depois de 4 dias de tagarelice e mimalhice, 4 noites muito mal dormidas, estou pronta para o entregar na escola!!!

 

E sim está muito melhor!!! Acho até que começou a tomar o gosto a esta coisa de estar doente o que não é nada bom!!! 

11
Mar16

Coisas em que não pensei

Quando o meu filho veio para casa houve questões em que não pensei. Na verdade houve muitas!! Umas que tive de resolver na hora, outras que se foram resolvendo logo nos primeiros tempos e outras que nunca se resolveram e que só agora, dois anos depois vêm "ao de cima".

 

Recordo, como se fosse hoje, o momento em que recebi o "telefonema". Recordo que pensei "Oh meu Deus, encontraram o meu filho!". Recordo que me senti como se saísse de mim, tamanha que era a alegria, a ansiedade, a surpresa! Recordo que pensei que se calhar não era o melhor momento, por tudo o que estava a acontecer na minha vida (não sei se já falei por aqui, mas nesse dia tinha ido deixar a minha irmã mais nova ao hospital para uma cirurgia, o meu marido tinha estado internado, aliás andava em exames pois não havia diagnóstico ainda definido para um problema de saúde que havia surgido um mês antes). Recordo que pensei apenas em ir ter com ele, onde quer que estivesse!!

Enfim, recordo muito, mas não recordo ter pensado "o que é que ele precisa?"... além de vir para casa e estar com os pais!

 

Recordo que só quando veio passar a noite connosco ao hotel, me apercebi que ainda não tinha comprado qualquer produto de higiene para ele, por isso tive de pedir que ele trouxesse, pelo menos a escova de dentes. 

 

Recordo que, depois de umas semanas em casa, num fim-de-semana em que "apaguei" por completo e não o ouvi levantar-se, vou encontrá-lo, uma hora depois, sentado no sofá a ver televisão. Quando o chamo para o pequeno almoço diz-me "estava mesmo a morrer de fome"... não me lembrei de o avisar que caso sentisse fome só tinha de ir ao armário ou ao frigorífico (para ele era algo estranho mas que depressa se habituou).

 

Recordo hoje que, logo na primeira noite lhe disse que a mãe e o pai estavam mesmo ali ao lado, no outro quarto, e que se precisasse de algo bastava chamar-nos (as primeiras noites dormi com as portas abertas para garantir que o ouvia). Ontem, porém, descobri que não fui específica o suficiente. Como falei aqui, o rapaz está doente e quando ontem o deitei disse-lhe que, se acordasse durante a noite com dores ou febre, me chamasse que eu vinha, ao que ele responde: "vens? porquê?", "bem porque sou tua mãe e tenho a obrigação e o prazer de cuidar de ti quando precisas" disse eu; "Ah então se eu tiver um pesadelo também te chamo? e posso ir para a tua cama?", e eu respondo "sim, claro"; "e posso dormir ao pé de ti?"... "sim filho, não foste mais vezes ter comigo à cama?" "pois, mas isso foi de manhã!"... "certo, mas se for de noite é igual!"... "a sério? só por causa de um pesadelo???"... voltei a confirmar e abracei-o...

 

... quando saí do quarto dele chorei. Só naquele momento percebi que tinha falhado com o meu filho. Apenas por ignorar que ele não sabia que o colo da mãe está sempre disponível, até mesmo para o acalmar depois de um pesadelo. Há tantas coisas em que não pensamos. Tantos pequenos detalhes que por ausência minha nos primeiros anos de vida dele não lhe pude ensinar...e por ignorância, por tomar por garantido certezas que o meu filho não tem.

 

Hoje já passei muitas horas com ele ao colo, um "marmanjo" de 11 anos... mas quero que ele grave na memória que o colo desta mãe será eterno, como é eterno o colo da minha mãe!!!

 

 

 

 

11
Mar16

Dias tramados!!!

É, hoje é dia de ficar em casa com o piqueno... DOENTE!!!!


 


Não, não é nada grave, apenas uma gripe, mas aqui a "je" não está preparada para estas coisas... na verdade, acho que em dois anos se conta pelos dedos de uma mão as vezes que esteve doente.


 


Na verdade ele finge muita vez estar doente, mas estar mesmo mesmo é muito raro, por isso quando acontece é difícil não entrar em pânico (não daquele que não sabemos o que fazer, mas o que nos mexe com as entranhas!), especialmente, quando chega aos 39,5º de febre.


 


A juntar fica o sentimento de culpa de ter de deixar a minha mãe em casa sozinha com a minha avó, especialmente por ela ter de faltar ao trabalho. É nestas alturas que sinto falta de trabalhar numa empresa, com uma equipa que me pode substituir nestes dias!!!! 


 


Enfim, é a vida!!!


 


 


 


 

10
Mar16

Os tempos de espera na adopção

Tenho conversado muito sobre esta questão, ao longo destes últimos anos. Tenho falado com pais que esperam, pais que desesperam, técnicos/as que trabalham em lares, assistentes sociais. 

 

Cada uma destas partes, por norma, defende o seu lado.

 

Os pais que esperam acreditam que tudo tem o seu tempo; os que desesperam acreditam que há falta de vontade das entidades competentes em resolver os problemas e tudo deveria ser mais simples (às vezes demasiado simplista, a meu ver); os técnicos dos lares balançam-se entre os que acham que as crianças que acompanham não são da sua responsabilidade apenas fazem o trabalho que lhes pagam, outras acreditam seriamente que o muito que fazem nunca será suficiente para colmatar as reais necessidades das crianças; as/os assistentes sociais vivem divididos entre os dramas dos pais biológicos, as pressões dos pais adoptantes e as restrições da lei.

 

Eu sempre fui das que acreditam que tudo tem o seu tempo. Acho que não se pode retirar uma criança à família de origem só porque sim. Há muitas situações em que os pais apenas precisam de uma orientação, de um certo apoio. O que não vejo acontecer com frequência no nosso país.

 

 

De tudo o que leio e oiço, e discuto com pessoas envolvidas nestas questões, cada vez me convenço mais que as alterações à legislação servem apenas para "distrair" dos problemas reais. A maior dificuldade que eu encontro em todo este processo é na definição do projecto de vida de uma criança para adopção.

 

Confesso que não conheço a legislação por completo, mas pelas situações que conheci, particularmente, ao longo dos anos, acho que há falhas graves. 

 

Primeiro: um casal adoptante (ou pessoa singular) tem de ter um registo criminal limpo, então porque é que um casal em que ambos cumprem penas de prisão efectiva têm direito a escolher entregar os filhos para adopção? Será que reincidentes mantêm esse direito? E que espécie de defesa do "superior interesse da criança" é tido em consideração nestas situações??? E sim conheci uma criança que esteve vários anos institucionalizada enquanto os pais estavam na cadeia, sempre que saíam iam busca-la para logo serem presos por outro crime qualquer, e voltar tudo ao mesmo.

 

Segundo: Se os progenitores são negligentes em relação aos cuidados básicos necessários às crianças, estas podem ser retiradas, e os progenitores têm de apresentar provas ou indícios de que alteraram a situação para voltarem a recebê-los, mas entretanto que formação é que lhes foi dada? Se até ali não sabiam como cuidar de uma criança como é que aprenderam??? Deram-lhes formação ou a opção de frequentar??? Então e foi assíduo, participante e cumpriu todos os requisitos?? Se sim, não me parece que, para estas questões serem aferidas, sejam necessários anos, mas apenas meses!!!

 

Terceiro: Em situações de violência, abuso sexual ou de qualquer outra espécie, será que há alguma hipótese de redenção?? Será que alguma vez, quem comete este tipo de crime, vai deixar de o fazer??? Então porquê tempo??? Não seria do "superior interesse da criança" ser em poucos dias/semanas reencaminhado para uma família que o apoie e cuide de verdade??? 

 

 

Nota: continuo a escrever - superior interesse da criança - entre aspas pois não acredito que haja um verdadeiro interesse em defender as crianças, não por parte de quem detém o poder para o fazer.

 

 

09
Mar16

Conversas sérias

Depois da conversa da semana passada e do resultado da mesma, achei que algo tinha de ser feito. Logo no fim-de-semana foi advertido para as "tentativas de chantagem" e o mau resultado que poderia obter se insistisse nessa atitude.

Convenhamos que pareceu nem ouvir. 

 

Agora esta semana, aproveitei um momento de boa disposição e uma frase que ele tinha dito no domingo à tarde com uma leve menção ao passado dele, e iniciei uma conversa aberta sobre o assunto.

 

Sem muitos rodeios, sem meias palavras, falei sobre o que eu sentia sobre o passado dele, o que sentia em relação aos outros pais e fui-lhe pedindo opinião, explicando sentimentos. Aceitou a conversa muito bem... houve momentos de embaraço (ele sentia-se incomodado) e de emoção (quando lhe vieram lágrimas aos olhos) que confrontei directamente com "não precisas de estar envergonhado!" "eu sei que te deixa triste" "compreendo que te incomode e eu não te quero magoar". 

 

Mas, de tudo o que falou e eu falei, a marca maior foi quando lhe disse que quando o responsabilizava pelas suas escolhas erradas, nada tinha a ver com o passado dele, desse não tem culpa alguma. E ele responde: "mas até tenho, porque eu não me portava sempre bem!"...confesso que levantei um pouco a voz quando lhe respondi: "Nem penses! Tu não tens culpa alguma do que aconteceu no passado, essa é uma responsabilidade exclusiva dos adultos!" 

Ele arregalou os olhos brilhantes: "Achas mesmo mamã?" "Certeza absoluta!!" E vi o ar libertar-se do peito como se lhe tivesse tirado um peso de cima!

 

Tenho ouvido muito sobre o "proteger" as crianças, o não lhes falar sobre os assuntos de adultos, e até concordo, num determinado limite. A verdade é que as crianças vêem o que não mostramos, sentem o que sentimos, percebem o que não dizemos, fazendo uma interpretação lógica infantil de quem não tem os factos todos. Isso acontece com todas, e as que foram separadas dos pais, as que têm os pais separados, as que vivem entre o cá e o lá tendem a interiorizar estas situações como sendo da responsabilidade delas, e porque ninguém lhes explica convenientemente o que se passa elas prendem-se na culpa. Sei que não mudei nada na cabeça do meu filho, mas espero ter deixado uma "brecha" para que com o tempo possamos limpar o assunto de vez!

 

 

08
Mar16

Dia internacional da Mulher

Hoje encontrei uma série de manifestações de parabéns para as mulheres pelo dia que se comemora. E aqui fica a minha resposta... obrigada mas não é o meu dia!!!


 


Lamento se ofendo alguém, mas não me parece justo aceitar parabéns quando o dia não tem nada de meu!!! Isto é, este dia foi criado para fomentar a discussão e manifestações pelos direitos das mulheres. Eu vivo num país onde a legislação me salvaguarda os mesmos direitos que os homens. Em teoria, estamos todos em pé de igualdade, na prática todos sabemos que não é assim.


 


Daí parece-me fazer sentido falarmos do que precisa mudar... as diferenças salariais, que alimentam as diferenças sociais é uma das principais no nosso país (a meu ver, claro!). Agora darem-me os parabéns por algo que em nada depende de mim, geneticamente nasci mulher (não escolhi), não produzi nada no dia de hoje que fosse digno de nota para o bem da humanidade, por isso parabéns não me faz muito sentido!!!


 


Vivemos num país privilegiado no que aos direitos das mulheres diz respeito, o que não significa que não haja muito a mudar ao mesmo tempo, mas significa também que em muitos cantos deste mundo ainda existe muito mais a fazer, o básico precisa ser garantido, isto é, parece-me que enquanto as mulheres do mundo inteiro não forem reconhecidas como ser humano e não como propriedade, acho que não há nada a celebrar!!!


 


Hoje tentei fazer a minha parte daquilo que considero fundamental para a mudança. Eduquei o meu filho no sentido de perceber que somos todos iguais e somos todos diferentes, e que no mundo há muitos que não pensam assim, e que agora compete-lhe, também a ele, ajudar a mudar essa mentalidade. As mudanças começam assim, um de cada vez, e se todos fizerem a sua parte acredito que em pouco tempo veremos as mudanças!!!


 


Entretanto, o meu OBRIGADA a todas as mulheres que lutaram para que eu crescesse num mundo melhor!!


Não parabéns mas um OBRIGADA!!



 


Apenas uma nota: o primeiro dia internacional da mulher foi comemorado a 19 de Março de 1911 e só mais tarde é que passou para o dia 8.


 

03
Mar16

Programa de meninas!!!

Ou de mulheres???


Não sei, nunca tive disso!! Já tive encontros com amigas... que em nada diferiram dos encontros com os amigos, por isso não sei o que é exactamente essa coisa do programa de meninas ou de amigas ou lá o que lhe chamam...


 


O que sei é que estou mortinha pelo jantar marcado para amanhã com 2 amigas de infância... vivemos quase lado a lado e há meses que não nos encontramos... é a 3ª semana que tentamos encontrar-nos e, espero mesmo, que seja desta vez, que estou mesmo a precisar de uma saída com um bom "bate-papo".


 


Nunca gostei muito da ideia de sair sem o marido ou sem o filho... para mim a família anda sempre junta... uns programas são mais do agrado de uns, outros do agrado de outros, mas todos acompanhamos!! Contudo, e apesar de não estar muito convencida, a verdade é que com crianças por perto é difícil manter uma conversa, e às vezes faz muito bem à alma sentar e conversar, relaxar!!! 


 


Enfim, não são momentos comuns na minha vida, mas são sem duvida o que preciso... depois de semanas dedicada aos interesses dos outros, preocupada com as necessidades dos outros, este será o meu momento!!!


 


Só espero que não surjam imprevistos novamente!!!!

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