Este blog, mais do que "mãe de coração" tem
"fragmentos de uma vida comum".
Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral,
da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.
Este blog, mais do que "mãe de coração" tem
"fragmentos de uma vida comum".
Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral,
da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.
Este ano apesar de ter tido dias de festa calminhos, foram um tanto seguidos, somando as viagens confesso que estou meio de rastos... tentar preparar tudo antes e limpar tudo depois com um "carrapato" pendurado na mãe a pedir beijinhos e abracinhos e mais miminhos, não ajuda nada!!! (mas aqui entre nós que ele não ouve: também sabe muito bem!!!)
O 24 (dia do aniversário dele) foi dia de viagem até casa dos sogros. Foi um dia calmo só com os pais e os avós. Ao lanche claro que tinha de haver um bolo especial para cantar os parabéns.
À consoada, como a avó estava tão ansiosa por despachar as prendas como o neto, nem esperámos pela meia noite!! Perdeu-se o espírito da coisa já que estava tudo mortinho por ir para a cama (há excepção do rapaz que estava de volta dos novos "brinquedos"), mas enfim, já sabia ao que ia e sei que por lá o importante é despachar os presentes...
Regressámos dia 25 a casa e, como me faziam quando era criança, o meu rapaz tinha um miminho no sapatinho. A alegria de receber umas meias e uns chocolates foi igual ou superior aos presentes do dia anterior... ainda dá voltas à cabeça a tentar perceber como chegaram ali já que saímos todos juntos!!
Sábado foi dia de preparativos para a festa de domingo, e receber os telefonemas a cancelar a presença!!! É, quem mais comentou o facto de o rapaz ficar triste por não ter os amigos na festa, foi quem não apareceu... parece-me que se estavam assim tão preocupados com isso mais um motivo para virem preencher o "vazio"!!! Enfim, cada um sabe de si e a festa foi feita pelos que vieram acarinhar o meu pimpolho... ele quase não cabia nele mesmo de feliz que estava, além dos doces preferidos, recebeu muitos beijos e abraços e ainda teve direito a uma "caça ao presente". Foi delicioso!!!
Estas semanas em casa têm sido proliferas em projectos "criativos".
Para a maioria das pessoas isto nem é nada de especial, mas para quem me conhece sabe que é uma tarefa hercúlea conseguir não só executar os ditos trabalhos manuais mas também, e principalmente, leva-los até ao final. Recordo a minha infância e a tarefa ingrata que coube sempre à minha mãe de me empurrar para terminar os diversos trabalhos que me eram impostos nas disciplinas de desenho e trabalhos manuais (sim tinha estas disciplinas!!). Numa família onde os pais e irmãs têm uma capacidade inata para estas actividades ser a "ovelha negra" da casa é... complicado!!
Daí conseguem compreender que neste momento estou muito orgulhosa de mim mesma!
Consegui pintar as telas de que falei aqui. Consegui restaurar o cadeirão que o meu marido fez na adolescência (o pai era carpinteiro e ele aprendeu desde novo a profissão), e forrei as almofadas do mesmo. Consegui fazer almofadas novas para as cadeiras da entrada... e ainda... forrei caixas com papel de parede para o escritório!!!!
Ah! e ainda fiz uns miminhos para as meninas da família em malha!!!
(resultado final do cadeirão)
Eu sei, eu sei, devia parar com esta conversa que não há motivo para tanto alarido, mas estou mesmo orgulhosa destes pequenos grandes projectos!!!
Pode parecer que estou a fugir ao tema do blog mas não, como "mãe de coração" além de mãe, devo dizer que tenho reflectido muito sobre a questão.
O aniversário de um filho é sempre (penso eu!!) um momento marcante na vida dos pais, representa o seu nascimento, a sua entrada na família. Como é obvio, numa adopção tardia o sentimento não é bem esse. Sim, representa o nascimento do filho, mas não o momento da sua chegada/entrada na família. É uma data um tanto agridoce para mim. Feliz porque o meu "bebé" nasceu, triste por não ter estado presente desde esse primeiro momento. Contudo, e pela perspectiva de uma criança é sempre um marco importante (parece que os adultos já não acham muita piada, porque será??), mais não seja pelos presentes, ou pela festa. O meu filho não é excepção. Um mês antes e começa a contar os dias. Sendo que coincide com a consoada (24 Dez.) é tudo a dobrar!!!
Eu sempre sonhei em fazer aquelas festas de aniversário em casa (como eu tive) para os meus filhos, com tudo enfeitado a condizer com o tema, reunir a família e amigos e fazer todos aqueles doces que o rapaz gosta (ou pedir que os façam já que não sou muito boa nessa coisa dos doces!!). Do que me tem chegado aos ouvidos, parece que sou das poucas que pensa assim! Há uns dias ouvia na rádio uma das locutoras comentar sobre a loucura das festas de aniversário das crianças hoje em dia, em como tudo virou negócio, em como é uma despesa astronómica, e como é difícil a organização das mesmas!!!
É certo que na família há quem o faça: alugar espaço, contratar o catering, a animação, e depois convida quase "o bairro inteiro" como eu costumo dizer. Eu, pessoalmente, não acho piada, normalmente mal vejo o/a aniversariante. Atenção que não sou contra, compreendo que há situações que a isso levam, mas sei de outras tantas em que apenas se faz assim porque o vizinho também o faz, e com essa ideia é que eu não convivo muito bem.
Ora, regressando ao meu rapaz: sendo o dia que é, e porque temos a família dispersa, não se festeja no próprio dia (acho que a maioria também não!!). Há um bolo com velinhas, uma sobremesa especial e pouco mais, no fim de semana seguinte organizo um lanche para a família aqui em casa, e aí, vêm de todos os lados para convergir neste local. Já o ano passado foi assim e o rapaz esteve felicíssimo (se não recordarmos as birras, que confesso só ter lembrado ao ler os posts do ano passado!! - positivo não?), não precisou de mais nada, uns doces, uns balões a enfeitar e a família para o mimar e encher de presentes. Assim, este ano tudo se repete.
Parece tudo bem, certo?? Então porque diabos continuam a perguntar-me se não faço uma festinha para os amigos???
Não faço porque escolhi assim!!!! Poderia até ter dois ou três amigos, mas isso significava que ele não daria atenção à família que vem de longe para estar com ele! Sendo na altura que é, fica complicado para os outros pais que têm os compromissos próprios da época. A casa não é assim tão grande!!
Acredito que chegará o dia em que quererá festejar o aniversário só com os amigos, eu também o fiz (embora fosse sempre a casa para um almoço especial com os meus pais e irmãs!), portanto parece-me que o melhor é aproveitar o máximo com a família agora!!! Afinal já todos perdemos 9 aniversários dele, não pretendemos perder outro!!!!
Justifiquei-me que chegue???? Parece que não... expliquei isto o ano passado, e não é que este ano a lengalenga foi a mesma??? AAAHHH!! Haja paciência pessoal, cada um faz como quer e bem lhe apetece... ou como diz o outro: cada um sabe de si!!! Será que agora fui clara!?!?!?!?!?
Perdoem o desabafo, mas já estou cansada de ouvir falar de festas de aniversário!! Porque este fez assim, o outro fez assado. QUERO LÁ SABER!!!!! Se o meu filho, que é o principal interessado a única coisa que me pede é um bolo de aniversário (e até tem dois, e outros tantos mimos doces que ele adora!!!), para que vêm outros complicar????
Acho que já por aqui falei que não sou muito dada a gastos no que diz respeito a decoração. Contudo, gosto de coisas bonitas (daahhh!!). Como não sou dada a loucuras costumo seguir a ideia do "faça você mesma" ... o que nem sempre corre bem (daahhh!!), afinal não sou propriamente o tipo de pessoa dotada para estes "trabalhos"... ainda assim, de vez em quando meto as mãos num projecto novo.
Há já mais de um ano que tinha duas telas brancas em casa para um projecto decorativo. Adiei e adiei, e ontem peguei nelas, tintas e pincel e aqui estão!!!
São terrivelmente amadoras, eu sei, mas é o mais próximo que sei fazer dentro do estilo que gosto e o marido quando as viu perguntou onde as tinha comprado... bom sinal!!! E pronto lá estão nas paredes da sala e uma foto aqui para se rirem do meu amadorismo!!
A disciplina não é a culpada, nem tão pouco os professores que a leccionam, e se é verdade que muitas são as crianças que têm aversão nesta matéria, cá por casa isso é elevado a um outro nível.
O meu filho não tem dificuldades com a matemática, isto é, tem um bom raciocínio lógico, necessário para a resolução dos problemas, tem uma excelente memória que muito ajuda no fixar das regras, mas tem uma aversão absoluta a qualquer espécie de exercício matemático... ou assim parece, porque na verdade ele até se diverte a resolve, o problema é quando não entende uma matéria à primeira (sendo que na maioria das vezes é por distracção), ou quando comete qualquer tipo de erro na resolução de um determinado exercício (sendo que na maioria das vezes é por distracção), aí a coisa complica-se!
Seria de imaginar que, depois de descoberto o "problema" (distracção) fosse fácil de resolver a questão e conseguir que os trabalhos de matemática não desencadeiem a 3ª guerra mundial... mas não é assim, não!! cá em casa quanto mais fácil é de identificar um problema mais difícil é de o resolver... pelo menos essa é a conclusão a que chego depois de diversas tentativas diferentes para resolver o "conflito filho vs matemática".
O fim de semana passado não foi excepção e antes mesmo de ler o primeiro exercício já tinha começado a reclamar da dificuldade do mesmo. Quando o pai tentou explicar-lhe como se resolvia, escusado será dizer que não ouviu nada, esteve o tempo todo a reclamar da dificuldade de um exercício cujo enunciado ainda nem havia lido... a determinada altura o pai... para evitar uma explosão nuclear, sai e entra a mãe, que, munida de uma calma usada apenas para estas circunstâncias, tentou então explicar o dito exercício, ao que ouviu uma serie de reclamações (que nada tinham a ver com o tema), sempre em tom crescente... até que a mãe pede gentilmente (claro que para isso é preciso contrair todos os músculos para não haver explosão) que baixasse o tom de voz e falasse de forma educada e calma...
... e pronto, rebenta a 3ª guerra mundial... sim, acredito que o mundo inteiro se deu conta da explosão que houve cá em casa... os vizinhos esses, pobres coitados!!!!
Escusado será dizer que não houve mais clima para coisa alguma durante o resto da tarde de domingo!!!! E a mãe com tantos planos bons!!!!!!!
Ao jantar, quando o "cessar fogo" entrou em vigor (finalmente) lá vem o pedido de desculpa, ao que a mãe responde: "Oh meu filho, se ao menos conseguisses mandar calar esse macaquinho que grita ao teu ouvido que não és capaz, tudo seria tão mais fácil para ti!!! Quantas vezes te dizemos que não tens de saber tudo, nem de aprender à primeira, só tens de te esforçar, ouvir com atenção e fazer os exercícios com calma, e assim vais conseguir tudo o que quiseres!"
... se fosse assim tão simples!!!! Até nós adultos temos dificuldade em perceber esta mensagem, quanto mais uma criança!!
Há uns dias em conversa com a minha mana mais velha, comentava da minha frustração em matérias de educação. Em determinados momentos sinto que nada avança, outros em que fico maravilhada com o progresso, e em outros irrito-me com os retrocessos!!!
É bem sabido que educar não é fácil, leva tempo, não existe manual e cada caso é um caso, portanto deve ser tratado de forma individual. Ora até aqui não há novidade certo? Pois, mas também é sabido que com o tempo vamos conhecendo as "manhas" dos nossos filhos, vamos aprendendo o que mexe com eles, o que os ajuda a avançar e o que os paralisa de medo!
Aqui a "je" tem andado aos papeis como se costuma dizer, no que diz respeito a estas coisas... as conversas que tenho com o meu filho parece que não entram... os castigos são considerados duros (por ele) no momento, mas no dia seguinte já nem se lembra... damos um passo à frente e dois atrás sistematicamente, o que me leva a pensar que algo errado estou a fazer, certo?? Certamente, algo me escapa que já devia ter percebido, não vos parece??
Então, como dizia, tudo isto veio à conversa com a minha irmã e conseguem imaginar a reacção dela??? Pois não foi nada do que eu esperava... pensei que me ia dar conselhos, que me ia "consolar", mostrar-me onde é que eu estava a errar .... mas não... a minha mana não fez assim... ela simplesmente, riu-se, sim, riu-se na minha cara!!!! Se ela estivesse mais perto acho que lhe teria batido!!! Então está aqui uma irmã desconsolada por não conseguir ajudar um filho e ela risse na minha cara?!?!?!?!?!?
"Mas tu querias aprender num ano o que todas as outras mães levam dez anos a perceber??" pergunta ela. Não, claro que não, é lógico que não, nem foi isso que eu disse. Só que ao que parece, e segundo ela, eu estou constantemente a comparar-me com situações que nada têm a ver com a minha. Se educar uma criança de 10 anos é igual por todo o lado (os desafios são um tudo ou nada semelhantes), a dinâmica necessária para lidar com essas questões leva o seu tempo. Isto é, quando educamos uma criança desde pequena, vamos aprendendo progressivamente, os seus "tiques e cliques", até que chegamos a uma altura e sabemos instintivamente por onde nos guiar (se não funciona da maneira A, sabemos que da B vamos conseguir alguma coisa, ainda que às vezes não seja o resultado pretendido!!), em contrapartida, quando apanhamos o comboio a meio, como é o meu caso, levamos com tudo em cima de uma vez.
Conclusão da conversa: "Deixa-te de mariquices que o teu filho está muito bem e feliz, vai com calma e não queiras tudo de uma vez!!!"
E por aqui se ficam os conselhos!!!! Como vêm por aqui não há paninhos quentes, há verdades ditas na hora certa!!!