Este blog, mais do que "mãe de coração" tem
"fragmentos de uma vida comum".
Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral,
da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.
Este blog, mais do que "mãe de coração" tem
"fragmentos de uma vida comum".
Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral,
da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.
Este Verão reli este livro, aliás, devo confessar que nem me recordo de o ter lido!!!
Houve uma época em que lia dois a três livros por semana, comprava e trocava livros e lia e lia um atrás do outro. A determinada altura apercebi-me que misturava as histórias dos livros, que nem me lembrava de ter pegado no livro, apesar de estar no "monte" dos já lidos. Foi quando decidi fazer uma pausa e agora tento dar mais tempo entre livros.
Nesta história, mais uma vez, a autora apresenta o retrato de uma mulher, ou várias, e o impacto que os exemplos dos nossos pais podem influenciar as nossas escolhas ao longo da vida, sem nos apercebermos disso. De forma inconsciente repetimos os erros dos nossos pais, ainda que sem pensar, sem sabermos até que o estamos a fazer. Quer por desconhecermos os erros dos nossos pais, quer por vivermos circunstâncias diferentes.
Deu-me muito que pensar, quer nas minhas opções de vida, quer no exemplo que estou a passar ao meu filho!!
Porque será que sempre que comento que o meu filho é adoptado e que chegou a casa com 9 anos, o comentário que mais oiço é "A sério? Ai, admiro a tua coragem!!"... se no início me limitava a encolher os ombros e a oferecer um sorriso amarelo, agora não me basta!
Irrita-me de tal maneira que tenho vontade de insultar as pessoas...e o pior é que a culpa nem é delas, comentam com a melhor das intenções, achando que estão a fazer um elogio... mas eu é que já não suporto a ignorância...
Afinal, será que é preciso mais coragem para adoptar uma criança do que para gerar e trazer ao mundo?? Porquê? Algo que nunca quis foi passar por uma gravidez e parto, achei que o desejava e sofri por não o conseguir, mais pelas circunstâncias do que pelo facto de não engravidar mesmo. Durante anos, travei uma batalha enorme para conseguir conciliar a ideia de ser mãe e ter de engravidar. Depois tive de "fingir" uma certa tristeza quando fui submetida à histerectomia, tudo porque quando afirmava que não havia problema algum, havia outras formas de ser mãe, todos me lançavam um olhar de pena, ao ponto de ser eu a consola-las. E sim, eu sei que é o grande sonho da maioria das mulheres, que para muitas é uma época muito especial, mas eu nunca pensei assim!! Lamento se choco alguém com isso, mas é a mais pura verdade! Não senti qualquer diferença entre ter ou não ter útero, a não ser na saúde em geral, mas enquanto mulher nada mudou!! Talvez me sentisse mais mulher, mais livre!! E não é assim para todas as mulheres? Não, feliz ou infelizmente, não! Cada um é como cada qual (ou lá como se diz)!!
Agora, é preciso coragem para se ser mãe/pai? Ah isso sim, acho que sim!!! A vida muda radicalmente, e não é só as rotinas que mudam, é o nosso coração, a nossa "cabeça". É preciso estar bem preparado, ou bem consciente da decisão que se toma. Se todas as pessoas tivessem de fazer testes de "admissão" ao "clube dos pais", não sei se haveria tantos!!!
Enfim, em jeito de conclusão:
é preciso coragem para adoptar mas não para procriar?
alguém sabe como os seus filhos biológicos serão no futuro antes de o viverem? (como me dizem: "mas já pensaste que ele se pode virar contra ti mais tarde?" - conheço tantos filhos biológicos que o fizeram!!!!)
...
já me colocaram umas outras tantas questões completamente ridículas que neste momento nem me consigo lembrar porque realmente me irrita, mas acho que dá para ter uma ideia!!!
Para adoptar é preciso tanta coragem como para gerar um filho, para o fazer é apenas preciso querer uma família, e se adoptar uma criança mais crescida pode parecer mais complicado pela história que trazem, devo dizer que com um ou dois anos também trazem "bagagem" e muito menos compreensão do que significa ter uma família.
Não trocaria a minha experiência por nada, tenho muito orgulho de ser mãe do meu filho!!
Ora bolas!!! Chegámos ao mês 9!!! E agora o que vai fazer o meu rapaz!?!?!?!?
Não estão a perceber??? Eu explico!
Então é assim, no início do ano lectivo passado, ele descobriu a colecção de livros "O Diário de um Banana" e apaixonou-se. Verdade que as histórias não têm grande conteúdo mas têm uma moral em cada história, embora às vezes eles nem a percebam. Contudo, e o importante é que através desta paixão, consegui que ele começasse a ler. Claro que não podia ser só "O Diário de um Banana", afinal ele lia esses livros em 2, máximo, 3 dias. Alguns começava a ler assim que o pagávamos... outras vezes antes mesmo de o pagar!!
Fizemos um acordo: Todos os meses receberia um novo exemplar da colecção, na condição de entre um livro e o outro ler algo de outra colecção! E assim temos feito, meses houve em que leu mais dois ou três livros, e outros que foi apenas um....seja como for estou metida num sarilho (talvez!!), é que o primeiro exemplar veio no mês de Janeiro (1)... e a colecção, parece, que parou no 9!!!!! e agora?? Quer dizer, eu sei que a FNAC tem em pré-venda o número 10... mas e depois??? Será que conseguem por cá fora o número 11 antes do fim de Outubro???? Não me parece!!!
Há dias difíceis ... uns pelos problemas que surgem, outros pelo cansaço acumulado ... e para mim há aqueles em que realizo que uma parte da vida que eu conhecia, acabou!
Como mencionei aqui e aqui, uma das minhas ocupações é acompanhar, durante o dia, a minha avó que sofre de demência. É certo que a doença já se manifestou há uns 6/7 anos, e já estou com ela em casa há quase 4 anos, ainda assim, ver a pessoa que conheci "apagar-se" à minha frente, tem algo de frustrante, assustador, deprimente!!!
Se em alguns dias está "bem" outros são que está impossível, e quando os impossíveis se repetem com muita frequência, é mesmo complicado. Hoje é um dos dias impossíveis. O caminhar foi complicado todo o dia, dar dois passos parece uma tarefa herculeana, inclinasse para a frente para andar mas as pernas não saem do sítio, acaba por ficar irritada e não se quer mexer. Depois reclama porque estou a limpar ou arrumar e não me sento ao pé dela. Quando me sento, desliga o cérebro e fica a ruminar para dentro as "10 memórias" que lhe restam.
Responde-se 50 vezes a mesma conversa, ouve-se umas respostas tortas com linguagem menos simpática quando é contrariada
Tento distraí-la com algo na TV mas nada lhe capta o interesse...
... fui buscar uma fruta que adora e que comia em grandes quantidades, verdes, maduras ou assim assim...
ameixas negras, que uns amigos nos tinham trazido do pomar que têm
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.. e fiquei triste... não se lembra desta fruta... mascou e cuspiu os pedaços que lhe tinha dado... a senhora limpinha, aprumadíssima, com tudo sempre a brilhar, comportou-se como um bebé e foi mascando torcendo o nariz e atirando para o chão o que não gostava. Primeiro fiquei irritada com aquele comportamento e ainda a repreendi, mas de repente vi o que tinha à minha frente e fiquei apenas triste... esta senhora já não é a minha avó, não a avó que eu conheci toda a vida... e isso, tem dias que, é difícil aceitar!!
Hoje, quando chegámos a casa e o rapazote se preparava para fazer os TPC's, vira-se para mim e diz-me: "Oh mãe não te zangues, está bem? Não te zangues já comigo, deixa-me explicar-te (confesso que comecei a ficar preocupada, afinal estamos no início do ano, o que seria assim tão grave???). Olha, eu sei que a minha letra aqui (e mostra o bloco de apontamentos) está mesmo muito mal, escrevi tudo à pressa, mas eu prometo que passo tudo a limpo, vou fazer tudo direitinho com régua e tudo!"
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Acho que demorei um bocadinho a responder, porque ele olhou para mim muito sério: "Está bem, mamã? Não te zangas??"
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Quase desatei a rir à gargalhada!!! Mas contive-me, respondi um está bem rápido, saí do escritório para ele trabalhar e fiquei a pensar se não andava a ser muito severa com o rapaz!!! Ora, no ano passado, houve dois professores que mandaram recado para casa a avisar da má apresentação dos cadernos, cheios de rabiscos e eu, realmente, chamei-o à atenção, disse-lhe que tinha de fazer melhor de contrário teria de passar a aula toda a limpo! Tive de chama-lo à atenção mais uma vez e no dia seguinte (3º) arranquei as folhas do caderno e obriguei-o a passar a última aula a limpo (tal como a minha mãe me fez!!!) e resolveu-se a questão, passou a ser bem mais cuidadoso!!! Não se voltou a falar da questão!!!!
Será que mais alguém entende o meu espanto pelo receio dele hoje??????
Ofende-me, profundamente, insistirem em chamar isto de PRAXE! Isto NÃO é PRAXE!!! Isto é AGRESSÃO!!!
Inicia-se um novo ano lectivo nas nossas universidades e institutos e a discussão recomeça. Uma vez mais, um grupo de vândalos agride e age de forma violenta contra outra/outras pessoas e chamam-lhe praxe como se isso fosse alguma desculpa.
Permitam-me discordar e, ao mesmo tempo, repetir-me: Isto NÃO é PRAXE!!!
Eu praxei muito e fui muito praxada e ADOREI!!! Fiz serenatas, lavei loiça, despejei o lixo dos meus "superiores" e em troca, fizeram-me o jantar, fizeram-me visitas "guiadas" pela cidade, apresentaram-me a dezenas de pessoas (algumas das quais vieram a ser grandes amigos que mantenho até hoje - 20 anos depois), acompanharam-me e apoiaram-me. Se fiz algumas figuras "tristes" pelas ruas da cidade??? Talvez, mas para mim foram muito alegres e divertidas.
Quando chegou a minha vez, passei o testemunho, fazendo aos "caloiros" com quem me cruzei, o mesmo que fizeram por mim, e ainda hoje sou amiga de alguns!!!
Para os que não sabem, a definição de praxe (académica): costumes e convenções baseados numa relação hierárquica e usados por estudantes mais velhos de uma instituição do ensino superior, de forma a permitir a integração dos mais novos no meio académico. (fonte: infopédia)
Nestas férias estava programado a pintura do r/c cá de casa. Apesar do programado acabámos por pintar apenas a cozinha e a sala... Afinal eram as divisões que estavam em pior estado, devido à humidade (apesar da construção recente).
Como decidimos um pouco em cima da altura que nos dava mais jeito ter confusão em casa, falámos só com um empreiteiro conhecido do maridão. O valor que pediu foi no mínimo hilariante... propôs 750€ em mão de obra por dois dias de trabalho!!!... digamos que, com todo o respeito que todas as profissões merecem, me pareceu uma roubalheira (confirmado por outros profissionais da área, posteriormente), daí armámo-nos de rolos e trinchas e metemos mãos à obra...
Ora como tenho uma aversão feroozz ao branco nas paredes... aliás, não fosse por isto e aquilo e até os tectos ganhavam uma corzinha, esta foi a melhor oportunidade de "apimentar" as paredes lá de casa. Depois de muito discutir lá cedi em pintar a cozinha com um rosa velho (lata de tinta pré-existente) mas que, para bem da minha sanidade (já que também não gosto do rosa), chamo de castanho rosado!!!! Quanto à cor da sala não cedi um milímetro e, depois de testar uma amostra na parede e levar a votação, ganhei umas paredes cor de "pedra" (segundo o catálogo!!!) para mim é um cinza esverdeado... e sim, todos me dizem que as "minhas cores" nunca são chamadas por um nome!!!
Devo dizer que, apesar de umas terríveis dores em todo o corpo, a "coisa" até correu muito bem!! Agora só falta aplicar o papel de parede na sala... e sim, também seremos nós a aplicar !!! Acho que este sábado ou eu ou o marido vamos acabar a arrancar os cabelos um ao outro !!!
Conforme correr, para a semana, vou tentar partilhar o resultado final...
É sabido que todos nós temos as nossas inseguranças. É certo, também, que há crianças mais inseguras do que outras. E, depois, há as que, apesar de genericamente confiantes, sentem receios que nem sempre se consegue explicar.
O meu rapazote é um rapaz cheio de coragem, e assim, comprova a sua história, contudo tem também muitos medos, alguns que nem sabemos ou conseguimos explicar muito bem. Todas as pessoas que têm de travado de perto com ele, admiram a sua capacidade de adaptação às várias circunstâncias. Eu sou uma mãe muito orgulhosa dessas suas capacidades (ainda que pouco tenha contribuído para isso!)
Ontem era dia de inscrição no clube da escola (têm uma hora por semana dedicada a um clube, que pode ser de actividade física ou mais intelectual!). Segunda-feira à noite estivemos a discutir as opções com ele. Ele queria todos, depois não queria nenhum e, entretanto dizia que ficava no mesmo do ano passado (tag rugby). Eu não aceitei, apesar de gostar que ele fizesse mais desporto, este não foi a melhor actividade para ele. Fui tomando conhecimento ao longo do ano que eram mais as vezes que não fazia do que as que fazia, tudo para ficar na brincadeira com os amigos (mais do que uma vez a jogar no telemóvel dos amigos), ora esse não é o objectivo do clube.
Assim, o pai propôs o clube de Inglês onde pode treinar a oralidade e eu o de Atletismo (ele adora correr!!). Apesar de estar inclinado para este último, insistia em ficar no do ano passado. Quando lhe disse que não era opção, começou a ficar zangado, porque não conhecia o professor que acompanha a actividade nem tem lá amigos!! E aí revelou um dos seus medos "o de dar o primeiro passo"!! Expliquei-lhe que não é por causa de obstáculo que podemos desistir do que queremos, pelo contrário, e dei-lhe algumas indicações do que fazer para ultrapassar aquele momento.
Ontem, quando chegou, vinha numa felicidade total (a hora do clube é a última do dia). Não só encontrou rapidamente o professor como era pai de uma das colegas dele, e "foi muito porreirinho!" (segundo ele) além de que descobriu que afinal tinha por lá vários colegas e amigos de outros anos e turmas!! Agora só resta ver como "corre" o resto do ano!!
não entendo onde errei... ou quando... mas não é que o rapaz não pára de crescer e a um ritmo cada vez mais acelerado!?!?!?!?
Quando chegou a casa, à menos de dois anos, calçava o número 35... ontem fomos comprar sapatilhas para Ed. Física, sim que as do ano passado ficaram desfeitas... e não é que passámos do 36 para o 38???????? ONDE ERREI EU ESTE VERÃO???????
As calças do ano passado (lectivo, claro está!!) estão três dedos acima do tornozelo e as camisolas têm mangas à três quartos!!!! Será de mim ou isto está um bocadinho descontrolado???? Estamos a falar de um rapaz com menos de 11 anos... se em três meses cresceu isto tudo como será daqui por mais três meses??!!!???
Estou tramada!!! Preciso mesmo acertar a dose de fermento. É que eu não quero que deixe de crescer, mas podia ir mais devagar. Afinal já calça um número maior que o meu, daqui a pouco está mais alto que EU!!!???!!!
e agora?? Quer dizer, eu sei que a FNAC tem em pré-venda o número 10... mas e depois??? Será que conseguem por cá fora o número 11 antes do fim de Outubro???? Não me parece!!!
!!! 
