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UMA MÃE DE CORAÇÃO... e algo mais

Este blog, mais do que "mãe de coração" tem "fragmentos de uma vida comum". Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral, da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.

UMA MÃE DE CORAÇÃO... e algo mais

Este blog, mais do que "mãe de coração" tem "fragmentos de uma vida comum". Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral, da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.

28
Mai15

Coisas que me irritam #3

... falar-se em reabilitação de reclusos, com este tipo de medidas.


 


Segundo o Correio da Manhã, os reclusos do Estabelecimento Prisional de Setúbal vão trabalhar entre as 07h30 e as 11h30 e receber 2,25 euros/hora, devido a protocolos estabelecidos entre a Câmara de Setúbal e o Estabelecimento Prisional local. Segundo o mesmo artigo parece que há quem esteja contra, mas não pelo facto de haver uma remuneração, e também não é pelo valor da mesma, é apenas porque consideram que há, pela parte da Câmara, um aproveitamento!!!!


 


Desculpem-me mas serei só eu que acha que cama, comida e roupa lavada é remuneração suficiente para que recluso execute tarefas em prol da comunidade que lesou!?!?!?


 

26
Mai15

Números que me tocam o coração

Hoje fizeram-me chegar este artigo do Açoriano Oriental - "Só 11 candidatos querem adotar as 151 crianças com problemas graves ou deficiência". Apresenta números detalhados de candidatos à adopção e de crianças em situação de adoptabilidade (sim, para quem ainda não sabe, nem todas as crianças em instituições podem ser adoptadas!). 

 

O artigo diz também "por cada candidato disponível para adotar uma criança com problemas graves de saúde, há 15 crianças que podem ser adotadas. Já no que diz respeito às crianças com deficiência, a proporção é de um candidato para cada 12 crianças.". Esta é uma questão que me doi particularmente, afinal, aquando do meu/nosso processo de avaliação, fui uma das que rejeitou estas crianças. E embora a palavra "rejeitar" me soe muito dura essa é a realidade, rejeitei uma criança devido a uma característica particular dela, e isso ainda hoje me pesa no coração.

 

Há um lado que me diz, "e se fosse o teu filho biológico também o rejeitarias?"..."não, claro que não"..."então porque rejeitas na adopção?" ... e qualquer resposta que dou a mim mesma nunca é suficiente. Por outro lado, em consciência, não poderia adoptar uma criança com deficiência profunda (Deficiência Profunda, é toda aquela deficiência que ocorreu ou se estabilizou durante um período de tempo suficiente para não permitir recuperação ou ter probabilidade de que se altere, apesar de novos tratamentos - retirado do blog o mundo da ciencia), simplesmente porque não me sinto preparada psicologicamente para tal.

 

Podia aqui dizer que admiro a coragem de quem o faz (porque na realidade admiro) mas da mesma forma que não foi um acto de coragem adoptar uma criança mais velha, como algumas pessoas me dizem, para mim foi algo natural, que fazia sentido na minha vida, acredito que para essas pessoas também é assim!

 

Gostaria de ter a capacidade financeira, física e mental para poder adoptar todas estas crianças, mas não tenho, por isso peço-lhes desculpa!!

 

25
Mai15

Os traumas na infância...

...hoje parece uma coisa demasiado banalizada. Por isto e por aquilo, justifica-se o injustificável, de tudo e por tudo se diz que provocou ou provoca trauma na criança.

 

É certo que muito do que nós adultos fazemos pode provocar traumas, mais ou menos ultrapassáveis, numa criança. Acho que a maioria das pessoas carrega até à fase adulta algum "trauma" de infância, que, com a experiência da vida se vai esbatendo ou desaparecendo por completo. Acho que tudo isso faz parte do crescimento. E é claro que não me refiro a traumas reais, como perder um pai ou uma mãe, o ser abandonado pelos progenitores, sofrer maus tratos e abusos, isso é completamente diferente do que agora se fala...

 

Recordo quando no ano passado o meu filho foi fazer as provas nacionais, logo na reunião com a professora, sentir-me completamente deslocada no grupo de pais. Eu não percebia (nem percebo) o histerismo dos mesmos, em relação às regras e em relação ao facto de ser numa escola diferente. No dia dos exames, recordo também, a loucura de alguns pais que choravam, outros agarravam os filhos como se fossem partir para a guerra, cheguei a ter uma mãe que me interpelou quando ia a sair, se eu não achava que devia acompanhar o meu filho até à porta da sala. Quando eu respondi que não, afinal ele já tinha ido conhecer a escola e estava com a professora, sabiam o que deviam fazer, revirou-me os olhos e respondeu "Ah é dessas mães!" hahaha confesso que ainda estive para responder mas achei melhor seguir caminho e ir trabalhar. Este ano ao ver na televisão, o "cinema" a repetir-se, imaginei se lá pelo meio havia mães que, como eu, viram as provas nacionais como mais uma etapa entre tantas outras que vão ter ao longo da vida (e uma das menos significativas, convenhamos)... Fala-se em traumas que estas crianças podem sofrer por se sentirem examinadas em tão "tenra" idade... pois eu acho que os pais que fazem carnaval à volta disto é que estão a criar traumas nos filhos!

 

Depois, hoje, oiço uma mãe na televisão falar do trauma que sofreu o filho e os colegas por terem sido transferidos de escola e terem de abandonar os colegas...mudar de escola cria trauma??? Porquê??? Eram colegas que os acompanhavam desde os 3 anos e agora aos 9 anos tinham de se separar! Pois, se calhar sou eu que sou lenta, mas acho estranho essa questão por si só criar trauma, já que ao longo da vida escolar o mais natural é mudar de escola. Eu terminei o pré-escolar e fui para uma escola da 1ª à 3ª classe, tive de ir para outra fazer a 4ª porque a que frequentava fechou...portanto, na mesma fase em que estes pequenos estão, mudei de escola 2 vezes e não houve problema algum!!! O meu filho entre os 5 e os 9 anos frequentou 4 escolas diferentes, e apesar de algumas dificuldades emocionais (não traumas) ligadas ao abandono, adaptou-se sempre muito bem e desenvolveu uma capacidade em relacionar-se com novas pessoas, adaptar-se a novos ambientes. 

 

O que cria trauma é ser agredido, negligenciado, abandonado, não é mudar de escola!!!

 

PS: Se estou errada, por favor esclareçam-me, estou sempre aberta a aprender. O que aqui escrevi reflecte única e exclusivamente a minha opinião!!!

21
Mai15

Como motivar...

...estou sempre à procura de novas formas de motivar o meu filho para o estudo, para aprender coisas novas!

Tem sido mais uma das lutas, especialmente, porque sem método de trabalho, desde o início da vida escolar, agora, no 5º ano é mais difícil.

 

Quando o conheci, uma das primeiras informações que me deram foi que gostava muito de ir para a escola e de estudar. Confesso que não precisámos de muito tempo para perceber o verdadeiro motivo por detrás desse "gosto"!! Na verdade, na escola, tinha atenções especiais, o professor sentiu um carinho especial por ele e rapidamente desenvolveram uma relação especial que ainda hoje mantêm, embora diferente. O gosto pelo estudo tinha mais a ver com o desejo de impressionar, devido a baixa auto-estima tinha tendência para se evidenciar pelos seus conhecimentos.

 

Ora, mudando o ambiente, tendo carinho e atenção em casa, depressa passou a sentir-se seguro e sem necessidade de se exibir, por isso, e apesar de gostar de ter boas notas, rebela-se contra as aulas e o estudo. A verdade é que isso já se reflectiu nas notas deste ano, e embora, confesso não me interesse muito pelas notas, interesso-me pelo interesse dele em aprender.

 

Encontrei um artigo na revista paisefilhos, brasileira, com as 5 formas de motivar seus filhos. E na verdade acho que já apliquei as 5 medidas e não me parece que no caso dos estudos esteja a resultar muito bem!!!

 

Enfim, este ano, pelo menos, conseguimos que acalmasse um pouco, de vez em quando lá consegue fazer os trabalhos de casa sem haver "carnaval" e até se desenrasca sozinho!!! Vou ter mesmo de aprender a dar-lhe tempo, e deixá-lo crescer com calma!!!

 

Moral da história: a mãe precisa de ser mais paciente!!!!!

20
Mai15

Valores a transmitir...

Há valores que todos nós queremos transmitir aos nossos filhos. Cada um com os seus! Alguns, considerados por uns mais importantes, por outros nem por isso!

Algo que para mim é importante ensinar ao meu filho é a respeitar o tempo dos outros, começando pelo dos pais! Há quem pense que, por dizer ao meu filho: "Agora é hora da mãe descansar, vai brincar sozinho!", estou a ser egoísta e vou "traumatizar" a criança que vai sentir-se rejeitada. Eu não penso assim. Além de o ensinar a respeitar a liberdade dos outros, começando pela dos pais, também o ensino a respeitar-nos. É preciso aprender desde cedo que há momentos para tudo, e que os pais também são gente.

 

Ora isto é tudo muito bonito, mas nem sempre é fácil! Começou por ser o momento em que eu estava ao telefone, o tempo que estava no banho, ou simplesmente a dar um recado a alguém, era sempre a altura escolhida, por ele, para falar algo sempre "MUITO" importante. Levou tempo, mas hoje já entende que não está a ser rejeitado, e que posso dar atenção a outros ou a mim mesma e continuar a gostar dele.

 

O complicado é quando o meu tempo interfere com algo que quer fazer. De há uns tempos para cá pedia para ficar no colégio mais um pouco para brincar com os amigos. Escolhemos um dia por semana para isso acontecer, 6ªfeira não há trabalhos de casa por isso podiamos ir mais tarde para casa. Entretanto, passou a vir com os avós para casa (trabalham no colégio onde estuda), semana sim semana não, permitindo-lhe ter esse tempo extra para a brincadeira...o problema é que agora, mesmo nas semanas que o vou buscar, só aparece bem depois da hora da saída, e quando o vou procurar está invariavelmente entretido a brincar e nem a minha chegada o "abala".

 

Confesso que, de início, nem dei muita importância, chamei-o à atençao mas nada mais! Agora começa a mexer-me com o sistema nervoso!!!! Expliquei-lhe que tinha de respeitar o acordado, que também era para bem dele, afinal nessas semanas que vamos mais cedo para casa consigo adiantar as minhas tarefas e ter mais tempo para ele, e claro, vem o aviso que se não respeita o meu tempo, vou ter de terminar com o tempo dele e ir busca-lo todas as semanas!!! Depois percebi que isso também vai atrapalhar o meu tempo pois acabo a sair mais cedo do trabalho!!!!

 

Moral da história, mãe está sempre tramada, para ensinar o filho a respeitar o "tempo" dos outros tem de gastar "tempo"!!!!!!

19
Mai15

Não percebo isto...#1

 


Perdoem-me a ignorância, mas o que é mesmo isso de sectores estratégicos do governo??!!!??? 


 


Se se referem aos transportes públicos, a única estratégia que lhes reconheço é o de arrastar o país para a falência, afinal qual dessas empresas de transportes do estado dá lucro???


Sempre que ouço falar de qualquer uma delas é sobre os prejuízos que dão!!!


 


autocarro (1).jpg


 


 

15
Mai15

Confesso-me chocada...

regras-do-luto.jpg


 


...ontem, por todo lado debatia-se o bullying levado (ou será elevado?) à agressão. Eu não fui excepção, e deixei o meu comentário no post anterior...mas hoje...hoje quando vejo as notícias e o desaparecimento de um jovem de 14 anos termina, não apenas em morte, mas numa morte violentíssima e às mãos de outro jovem....enfim, fiquei sem palavras!


 


Estou literalmente em choque, não só pelo que aconteceu mas pelas famílias... sobreviver à morte de um filho, para mim, já é inimaginável, a uma morte destas...não sei se teria a coragem e a força necessária para seguir em frente!


 


Depois há a família do agressor...não consigo deixar de me colocar no lugar deles... como aceitar uma atitude destas de alguém que amamos, criámos e educámos. Onde terão errado? Será que também estou a cometer o mesmo erro? Como encarar o mundo e a vida depois de um acontecimento destes?


 


Sinto que todas as palavras são pequenas para descrever os sentimentos que nos assaltam neste momento. Apenas posso dizer que lamento, lamento profundamente, lamento tudo o que rodeia estes acontecimentos, esta morte. 


 


 


 

15
Mai15

Dia internacional da Família!

Hoje presto homenagem à minha família! A restrita, a alargada, a mais alargada, e a adicionada!! Todos e cada um em particular ajudaram-me a construir quem sou e como sou.

 

Cada pessoa que passa pela nossa vida é um potencial professor. E quando se trata dos que convivem de perto connosco esta máxima torna-se mais verdadeira. Começando nos pais, depois os irmãos, os avós, os tios, os primos, as segundas mães, todos ajudam a moldar o nosso carácter, depois vem o companheiro, os filhos, os sobrinhos que nos lembram que todos os dias temos mais para crescer e aprender.

 

Eu sou uma felizarda, pois não tive só um pai e uma mãe para me educar, para me ajudar a crescer. Tive segundas mães, irmãs e irmãs emprestadas, tive avós emprestados, e um número infinito de familiares e amigos que cuidaram, educaram e ensinaram valores fundamentais para a vida...sou muiito grata por cada um deles!

 

Assim, também o faço e dou ao meu filho. Não tenho pretensões a ser a única responsável pela sua educação, pela sua formação. Não me demito do papel, mas não me julgo a mais sabedora, por isso, procuro proporcionar-lhe muitos momentos de convívio e partilha com os avós, os tios, os primos e os tios e avós emprestadas que já tem. Sei o quanto esse carinho é importante no seu crescimento pois senti-o na pele!

 

Por tudo e a todos deixo aqui o meu muito Obrigada!!!!!!!!

International-Day-of-Families_BR.jpg

 

 

14
Mai15

O dia-a-dia...

Ando há uns dias para escrever e partilhar aqui, com o pessoal, o que tem sido o nosso dia a dia nesta fase, mas confesso que nem sei que diga!

 

Há alturas que parece que tudo corre bem, depois tudo descamba e as pequenas loucuras são as mesmas que os outros pais vivem.

 

Preguiça ao levantar e arranjar pela manhã, pouca vontade de ir para a escola, preguiça em fazer os trabalhos de casa, estudar nem pensar, "estou a morrer de fome" ..."não tenho fome" consoante a comida, quero isto, quero aquilo, pouca vontade de ir para a cama!!!! Enfim, nas ultimas semanas é tudo isto e mais umas tantas coisitas!! Mas como disse é tudo o que se espera, ou se vê, hoje em dia, na maioria das crianças desta idade (ou pelo menos é o que os outros pais me dizem).

 

Quando penso na nossa vida agora, nem lembro bem como era antes, parece que sempre estivemos juntos, que a ausência não existiu na realidade, o que nos falta, simplesmente caiu no esquecimento (se bem que não me parece que pudesse esquecer a primeira vez que o meu filho começou a andar!!), mas digamos que no geral, é não sentimos a ausência do passado comum!

 

Ao contar o tempo passado em comum, então aí é que tudo fica muito mais estranho! Ainda não passou sequer um ano e meio!!!!! Será mesmo possível estarmos já tão ligados que apenas vivemos o dia a dia confortavelmente, ou será que estamos loucos em ignorar de forma tão natural o passado?!?!?

 

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