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UMA MÃE DE CORAÇÃO... e algo mais

Este blog, mais do que "mãe de coração" tem "fragmentos de uma vida comum". Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral, da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.

UMA MÃE DE CORAÇÃO... e algo mais

Este blog, mais do que "mãe de coração" tem "fragmentos de uma vida comum". Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral, da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.

17
Mar15

Viver no passado?!?!

Quando comecei nestas coisas dos blogs estava apenas interessada em partilhar a minha experiência enquanto mãe adoptiva, mas aos poucos, começou a ser algo mais. Estando desempregada ao tempo que estou, já lá vão 6 anos, tornou-se um escape, um vício, uma forma de me sentir ligada ao mundo. É verdade que esta situação tem as suas vantagens como falei aqui, mas para quem tinha, como principal projecto de vida, construir uma carreira, é sem duvida deprimente.


 


Todos os dias procuro ver o lado positivo das situações, posso apoiar a família, que muito precisa nesta fase, tenho disponibilidade e flexibilidade para estar e acompanhar o meu filho, posso dedicar-me a outras actividades que não poderia fazer se estivesse a trabalhar. O problema é que há dias que não chega e acabo a matutar nas escolhas que fui fazendo ao longo da vida.


 


Houve um tempo em que me agarrava ao passado e vivia deprimida pelo que devia ter feito diferente, as escolhas erradas que me levaram onde estou hoje, e depois percebi que se não fosse assim, provavelmente não teria a vida que tenho hoje e à qual dou muito valor. Hoje sei que, independentemente, de não ter concretizado os meus sonhos, sou feliz com a vida que tenho e por isso consigo olhar para o passado de uma forma completamente diferente.


 


O passado não tem de ser uma ancora que nos prende e impede de viver, pode e deve ser uma ferramenta de aprendizagem para que no presente não repitamos erros que nos impediram de ter um futuro.

16
Mar15

O teu lugar

 Há uma série televisiva americana de nome "The Fosters" (Família de Acolhimento é o nome em português) que vi há uns anos meia dúzia de episódios e que reencontrei, já na segunda série, nos canais por cabo. É a história de um casal homossexual feminino que têm um filho biológico de uma delas, um casal de gémeos adolescentes que adoptaram e uma adolescente e o irmão pré-adolescente que receberam inicialmente como família de acolhimento e que nesta segunda série estão a tentar adoptar. Expõe muitas questões que eu já levantei não só nas questões de adopção mas a educação de adolescentes. Estou fã! 

 

E depois há a canção do genérico que me leva às lágrimas sempre. Hoje consegui encontrá-la e partilho aqui. A letra diz-me muito mesmo!

 

 

 

"Where You Belong" de Kari Kimmel

If you're feeling down or weak (Se te sentes triste ou em baixo)
You can always count on me (Podes sempre contar comigo)
I will always pick you up (Eu estarei sempre aqui para te apoiar)
Nothing's ever gonna change (Nunca nada irá mudar)
Nothing's gettin' in my way  (Nada me impedirá)
I will always hold you up (Eu vou sempre apoiar-te)

Anything (Nada)
Come what may (Venha o que vier)
Don't look back forget yesterday (Não olhes para trás, esquece o ontem)
Forget yesterday (Esquece o ontem)

It's not where you come from (Não importa de onde vens)
It's where you belong (Importa aonde pertences)
Nothin' I would trade (Não mudaria nada)
I wouldn't have it any other way (Não desejaria que fosse de outra forma)
You're surrounded (Estás rodeado)
By love and you're wanted (por amor e és desejado)
So never feel alone (Por isso nunca te sintas só)
You are home with me (Estás em casa comigo)
Right where you belong (Exactamente onde pertences)

I know sometimes you're feeling lost (Sei que às vezes te sentes perdido)
It's hard to find your place in it all (É difícil encontrares o teu lugar)
But you don't have to fear (Mas não precisas de ter medo)
Even when you mess up (Mesmo que não ajas de forma correcta)
You always got my love (Terás sempre o meu amor)
I'm always right here  (Estarei sempre aqui)
Oh, cause (Porque)

Anything (Nada)
Come what may (Venha o que vier)
Don't look back forget yesterday (Não olhes para trás, esquece o ontem)
Forget yesterday (Esquece o ontem)
 
It's not where you come from (Não importa de onde vens)
It's where you belong (Importa aonde pertences)
Nothin' I would trade (Não mudaria nada)
I wouldn't have it any other way (Não desejaria que fosse de outra forma)
You're surrounded (Estás rodeado)
By love and you're wanted (por amor e és desejado)
So never feel alone (Por isso nunca te sintas só)
You are home with me (Estás em casa comigo)
Right where you belong (Exactamente onde pertences)
 
Oooo oooo (oooo) [x2]
Don't matter where you've been (Não importa de onde vens)
Oooo oooo (oooo) [x2]
You're here for a reason (Estás aqui por um motivo)
15
Mar15

7 coisas...

Confesso que não sou muito dada a estas coisas, fico sempre meio sem saber o que escrever, mas porque tenho recebido tanto carinho neste cantinho achei que devia pelo menos tentar, por isso aqui vai em resposta à Niki e à Mãe

 

7 Coisas para fazer antes de morrer (...são tantas )

1 - Conhecer o mundo (ou uma boa parte dele)

2 - ler o máximo de livros possível

3 - ter outro filho/a

4 - mimar os meus futuros netos 

5 - "tocar" a vida de um desconhecido/a

6 - realizar-me profissionalmente

7 - desfrutar os momentos felizes

 

7 Coisas que mais digo (sem qualquer tipo de ordem)

1 - despacha-te

2 - eu disse não, ponto final

3 - love u

4 - helloooo

5 - já chega

6 - estou a falar para as paredes?

7 - 'tou cansada

 

7 Coisas que faço bem (...nunca fui muito boa nesta parte, especialmente porque desenrasco mais do que faço bem)

1 - organizar armários (há quem espere uma visita minha para tratar dos armários! )

2 - falar

3 - pôr os outros a falar

4 - desenrascar uma refeição em pouco tempo

5 - livrar-me de "tralha"

6 - manter a palavra que dou

7 - trabalhar com software 

 

7 Coisas que não faço bem

1 - fechar a "matraca" 

2 - descontrair

3 - trabalhos manuais

4 - gerir o meu tempo

5 - dizer Não (excepto ao meu filho) 

6 - planear passeios

7 - tudo o que se refere à "lida" da casa (porque não gosto mesmo)

 

7 Coisas que me encantam

1 - o cheiro a terra molhada no verão

2 - o pôr do sol ao fim de um dia cansativo

3 - partilhar uma garrafa de vinho com amigos

4 - um passeio a pé pela minha cidade

5 - o branco da neve

6 - um passeio à beira mar

7 - os miminhos trocados com o meu filho na hora de o deitar

 

7 Coisas que eu amo

1 - o riso do meu filho

2 - a minha família

3 - comer

4 - viver

5 - aprender coisas novas

6 - dormir (especialmente porque hoje em dia é difícil ter uma boa noite de sono)

7 - a cidade onde vivo agora

 

7 Coisas que eu não gosto

1 - a estupidez humana

2 - a falta de ambição (e não me refiro à profissional)

3 - o desleixo (que às vezes também me afecta)

4 - desorganização

5 - acumulação

6 - não saber o que fazer

7 - doces

 

7 blogs a quem lanço o desafio

Apadrinhamento civil

Futilidades do quotidiano

Mamã

Alexandra

O que e o jantar

Rita

Princess Beauty

 

e pronto, foi o que se conseguiu... se falhei nas nomeações peço desculpa, se calhar até já responderam ou não estão interessados, mas aqui fica o convite à mesma

14
Mar15

Aos bons momentos

É verdade o que dizem... não é sempre mau! Como a maioria das vezes que escrevo são desabafos nos momentos mais complicados, desta vez, arranjei um tempinho para vir falar dos bons.

 

Esta semana foi, no mínimo, estranha. Desde quarta-feira que o "sol brilhou dentro de casa" e é de uma intensidade tal que chega a ofuscar! Confuso? Eu explico!!

 

Terça-feira à noite o meu rico filho lembrou-se que precisava de material específico para a aula de Educação Visual do dia seguinte, material esse que não existia em casa e que não tínhamos possibilidade de procurar à hora a que se lembrou. Sendo uma situação recorrente, decidimos que não iríamos procurar solução para "apagar o fogo", como é habito, e iria ter nova falta de material na disciplina. Apesar de contrariado, acatou a nossa decisão sem cenas dramáticas!

 

Na manhã seguinte, antes mesmo de eu me levantar, entra no meu quarto a pedir se podíamos ir mais cedo para a escola para ver se ainda tinha tempo de ir à papelaria comprar o que precisava (a dita aula era à primeira hora). Foi uma manhã estranha, com ele a despachar-se antes de mim, a preparar o pequeno-almoço, comer e pegar nas coisas dele sem ser preciso, uma única vez, chama-lo à atenção para se despachar.

 

Ao fim da tarde quando o fui buscar avisei-o que íamos ter a visita da enfermeira que acompanha o meu marido e por isso devia cumprimentar a senhora e seguir a rotina normal, banho depois trabalhos de casa/estudar. Cumpriu com tudo à letra sem precisar andar  atrás dele. Quando tinha tudo pronto sugeri-lhe que procurasse na sua estante de livros "recreativos" algo diferente. Ao descobrir o livro novo que estava à espera à duas semanas fez uma festa e veio todo contente agradecer o presente. Disse-lhe que estava muito feliz com o comportamento dele desse dia, pois não só tinha cumprido as regras como também tinha mostrado responsabilidade em resolver sozinho um "problema" que tinha criado, daí a recompensa.

 

A verdade é que no dia seguinte manteve o bom comportamento e na sexta-feira, tal como tinha pedido toda a semana, fui buscá-lo um pouco mais tarde à escola para assim ter mais um tempinho com os amigos (andam todos viciados no jogo do berlinde).

 

À noite quando o fui deitar voltei a dizer-lhe o quão orgulhosa estava do comportamento que tinha tido nessa semana ao que me respondeu: "Pois é mamã, portei-me bem e tu fizeste-me as vontades, tal como tinhas dito!"

 

Escusado será dizer que fiquei de coração inchado de orgulho pelo meu menino corajoso que todos os dias me enche de alegrias, até quando se porta mal !!!

09
Mar15

Reunião com os Directores de Turma

Oiço pais queixarem-se que é sempre uma ansiedade a reunião com os Directores de turma dos filhos e penso sempre que alguma coisa está a falhar em mim quando tenho prazer em ir às "ditas" reuniões. É certo, tenho a grande vantagem de ter familiares a trabalhar na escola do meu filho, e por isso estou sempre a par de tudo o que se passa, sendo que raramente sou apanhada desprevenida com alguma novidade. Ainda assim, o que me dá prazer nessas reuniões não é tanto ter boas notícias, mas ver o carinho e cuidado com que o meu filho é tratado.

 

Desta vez não foi diferente. Só a semana passada pude ir saber o resultado das avaliações intercalares, e sim é um pouco tardio, mas sabia que se houvesse algo de grave já me teria sido comunicado, portanto o intuito da mesma servia mais para perceber, não só a evolução em termos de comportamento, mas como melhorar o que estivesse menos bem.

 

Tenho a sorte de não haver qualquer questão com a aquisição de novos conhecimentos. Ao contrário do que, normalmente, ocorre com crianças institucionalizadas, o meu filho não tem dificuldades de aprendizagem, pelo contrário, seria o melhor aluno da turma não fossem os outros campos de aprendizagem que o limitam, como a falta de organização e de concentração.

 

Digo isto não por vaidade (embora tenha) mas porque sei que tenho mesmo muita sorte. Na maioria dos casos que conheço há sempre limitações e problemas mais ou menos complicados no que respeita à aquisição de novos conhecimentos.

 

Assim, resta-nos trabalhar o restante para que possa ter o sucesso que merece. Vive numa ansiedade enorme em terminar aquilo que considera uma "seca". Qualquer trabalho, ficha ou exercício é pura tortura. Faz as coisas à toa, quer ser sempre o primeiro, acabando por nunca apresentar os resultados esperados e que ele conseguiria apresentar.

 

O facto de estar sempre ansioso que a aula termine faz com que não preste atenção aos recados, resultando em faltas de material constantes e nunca saber muito bem quais os trabalhos de casa. Deixou-se de conversas paralelas durante as aulas e também não interrompe constantemente com questões alheias à matéria (ponto positivo devidamente elogiado), mas, ao que consta, não é por isso que presta mais atenção. Está sempre a fazer desenhos, recortes e colagens. Acaba por gastar material escolar necessário a outras disciplinas, e por perdê-lo também.

 

Foi discutido entre os professores o acompanhamento dele pelo psicólogo da escola, mas a maioria votou contra por achar que apesar de pouca evolução ela existiu e, especialmente, porque consideram o tempo de adaptação ainda é muito curto.

 

Discuti com a professora as regras e todas as técnicas que temos aplicado com ele para tentar melhorar a situação e pedi-lhe sugestões, tendo ela respondido que o principal estávamos a fazer e teríamos apenas de aguardar para dar tempo a que interiorize as coisas,

 

Confesso que apesar de me tranquilizar um pouco continuo ansiosa. Queria fazer mais do que simplesmente esperar, mas tal como digo tanta vez ao meu filho: "É preciso saber esperar, treinar a paciência, as coisas boas não acontecem de um momento para o outro!"

Acho que está na altura de seguir o meu próprio conselho!!!!!

08
Mar15

Feminismo, o que é?

Segundo o dicionário, Feminismo é uma doutrina social favorável à condição da mulher, a quem reconhece capacidade e direitos reservados, tradicionalmente, aos homens.


 


Confesso que acho esta definição, à primeira vista, um pouco redutora. Daí também, durante anos, me ter sentido ofendida quando me chamavam feminista, ou com manias feministas (seja lá o que isso for).


 


Para mim esta definição, apesar do - tradicionalmente -, dá a impressão que ao defendermos os direitos iguais, estamos a tirar algo à classe masculina. É verdade que muitos sentem isso mesmo, particularmente no mercado de trabalho...e em casa também! Agora o que não entendo é porque se sentirão ameaçados se estão a competir em pé de igualdade (já que é disso que se trata - ser tratado e avaliado de igual forma). Porque será que ainda existem homens que se sentem ameaçados por uma mulher exigir ser avaliada pelos mesmos parâmetros que um homem? Terão receio de não estar à altura? Pois bem, o meu conselho é que então batalhem!!!! 


 


Na minha perspectiva parece-me ridículo continuarmos a ter profissões para homens e profissões para mulheres. Não é porque que tenho a resistência de uma pluma que as outras mulheres também vão ter, não é porque um homem está bem "tonificado" que todos estão. Já vi tanta mulher lidar com crianças e idosos como se fossem sacos de batata e homens a cuidar dessas mesmas crianças e idosos com a paciência e carinho que é necessário.


 


Para mim, Feminismo é: dar a cada pessoa o direito de fazer as próprias escolhas, de escolher o caminho que mais o/a preenche enquanto individuo, não é tirar é dar, dar espaço a que também os homens sejam livres dos preconceitos que os encerram em vidas pequenas e mesquinhas.


 


Feminismo é defender a individualidade de cada pessoa.


 

05
Mar15

Não à acumulação!

Adoro tirar tudo dos armários e reorganizar! Acabo sempre por me "livrar" de umas quantas coisas que se vão acumulando ao longo dos anos. Tenho um espírito minimalista no que se refere aos objectos.


 


Recordo em criança viver obcecada com todos os papelinhos todas as fitinhas e todas as quinquilharias que me traziam algum tipo de recordação. Hoje é tudo bem diferente! Tenho até hoje presente o momento em que tudo mudou. Tinha acabado de comprar casa, andava a preparar o "enxoval" acumulado ao longo de anos de presentes, quando a minha mãe me recordou os caixotes gigantescos que tinha trazido da cidade onde tinha estudado. Quando ela disse que ou levava comigo ou era lixo (ela também não gosta de acumulação) confesso que entrei em pânico. Não tinha espaço para aquela quinquilharia toda nem queria perder as recordações do que considerava os melhores anos da minha vida!


 


Passei horas a revirar tudo, despedi-me de cada papelinho de cada bugiganga e guardei o conteúdo que cabia numa caixa de sapatos. Esperava ficar deprimida a remoer cada uma daquelas "recordações" deitadas fora, mas o que descobri foi alivio. As recordações estavam guardadas em mim, os parcos utilitários que não precisava foram doados, e o espaço que iriam ocupar ficou livre para a nova vida que ia começar.


 


Desde então, procuro, pelo menos uma vez ao ano, libertar o espaço do que já não é útil para nós e doar para que seja útil a outros e deixar espaço para construir novos momentos!


 


A sensação de alívio ao olhar para o interior de um armário organizado e livre de tralha é maravilhosa, como se com isso a minha vida ficasse, também ela, mais simples/acessível.

05
Mar15

EDUCAR vs SER FELIZ

"Educar dá mais trabalho do que servir o sorvete antes do jantar, já que seu filho está querendo tanto. Educar envolve mais compromisso do que pagar as 6 parcelas da viagem mágica. Educar é coisa de gente grande. Deve ser por isso que crianças não podem ter filhos. Porque filhos precisam de adultos."

 

Esta citação foi retirada de um artigo escrito por Cris Leão via Antes que eles cresçam, que uma pessoa amiga do Brasil partilhou comigo. E, talvez, os exemplos nele referidos, não reflictam a nossa realidade, mas a ideia por trás dos mesmos sim. Eu própria luto comigo mesma, diversas vezes, sobre esta questão. Querer que o meu filho seja feliz a todo o custo... e, em contrapartida, sentir necessidade de educá-lo. 

 

Uma das coisas que lhe digo muita vez, quando ele está zangado comigo por qualquer questão, é que, sei que está triste, sei que está zangado, sei que no momento não está muito feliz comigo, nem gosta de mim, mas não faz mal, se com esse momento eu conseguir ensinar-lhe algo que o fará feliz em adulto então vale a pena!

 

É claro que eu quero que ele seja feliz agora, mas essa não pode ser uma responsabilidade minha, ou será? De que forma é que é da minha responsabilidade fazê-lo feliz agora? Ensinando-o o certo e o errado? Impondo limites? Deixando-o lidar sozinho com a própria frustração? Ou será que devia simplesmente fazer-lhe todas as vontades? Será que por lhe impor limites, castigá-lo quando erra, privá-lo de ver todos os seus desejos correspondidos, ele não é feliz? Certamente não é a todo o segundo, mas até aí tudo bem, ninguém é. Então, como saber se é feliz?

 

Nos momentos difíceis atira-me sempre que NUNCA lhe faço as vontades, que NUNCA faço nada por ele, que NUNCA brinco com ele ou lhe dou o que ele quer. E eu respondo sempre, "Acredito que penses assim, mas eu estou de consciência tranquila. Sei que estou a fazer o melhor que posso e sei por ti. Sei que agora é difícil veres as coisas como elas são, mas tenho esperança que quando cresceres vais ver."

 

Ouvi dizer que: A dor de um filho é sentida em dobro pela mãe! - pode ser, aliás é. Dói-me quando o vejo triste e revoltado, mas não me sinto culpada. Acredito mesmo que é melhor que seja assim agora para que quando for adulto possa procurar a sua verdadeira felicidade.

 

Ás vezes sinto-me uma má mãe, fria até por pensar assim, mas depois leio artigos destes, falo com outras pessoas que também pensam assim, oiço mães de adultos felizes dizerem - Foi assim que os criei! - e sinto que certo ou errado, é nisto que acredito, e até prova em contrário, assim farei.

 

Porque será que sentimos que ao educá-los eles não são felizes?

 

Afinal o que é ser feliz? O que é uma criança feliz? 

 

O meu filho brinca, ri, chora e grita e eu acredito que é feliz!

04
Mar15

Nova rotina...temporariamente!

Como mencionei aqui, a minha ocupação corrente é "apoiar" a minha avó que sofre de demência. Acontece que, essa "tarefa" é repartida com outros membros da família e consequentemente, acabo por ter alguns meses "livres" durante o ano. No ano passado, aconteceu tanta coisa que esses meses ditos livres estiveram sempre ocupados. Ou seja, acabava mais atarefada do que nos meses em que me ocupava da "minha piquena". Este ano espero conseguir organizar melhor as coisas e dedicar-me mais às tarefas que negligenciei antes. 


 


Gosto sempre de aproveitar estas alturas para reorganizar as coisas em casa de maneira a simplificar a vida no tempo em que estou mais ocupada. Ainda assim, esta 1ª semana não está a ser muito auspiciosa para isso. Hoje foi o dia mais livre que tive e ainda assim pouco concretizei. Passam os dias e parece que nada fiz. Então, resolvi fazer uma lista do que me ocupou o tempo por dia. Coloquei até as tarefas mais básicas e rotineiras como arrumar os quartos, arrumar a cozinha, comprar fruta, enfim, tudo o que faço mesmo quando não estou o dia todo em casa. E não é que descobri que mesmo num dia em que parece que não fiz nada consegui encher umas quantas linhas com tarefas executadas?? Porque será que só me sinto útil quando vejo escrito "preto no branco"?


 


Entretanto, e aproveitando o recente "cheiro a primavera" percebi que vou ter de começar a fazer a lista é do que quero fazer nestes dois meses que tenho livres, se é que quero concretizar algo mais do que as simples tarefas do dia-a-dia.


 


Parece que quanto mais tempo passa mais depressa passa!!!!


 

04
Mar15

Aniversário

No fim-de-semana que passou fez um ano que a vida corrigiu o erro da "cegonha" e o nosso rapaz encontrou o caminho para casa. Seria de esperar que fosse um momento especial, dia de festa, semelhante ao nascimento. Para nós não foi.

 

Parece estranho, não é?!? Não, para nós foi algo natural. O dia decorreu como tantos outros, com a execução das tarefas habituais, com um ou outro "incómodo", nada digno de especial registo. Para os "homens" da casa nem uma recordação/memória de quão especial era a data. O mais novo, na semana anterior, tinha mencionado a questão mostrando-se ciente do acontecimento, mas naquele dia nada. 

 

Assim, quando ao jantar os questionei sobre o assunto, olharam um para o outro, como se nem soubessem do que eu estava a falar. Houve sorrisos e expressões do tipo "Ah, pois é!" como se fosse algo que tivesse acontecido há tanto tempo que já não tinha importância. Tentei que falassem sobre algo que os tivesse marcado nesse dia e nem um nem outro se lembrava de algo particular. Por isso falei eu do momento mais especial, quando ele entrou no quarto dele se atirou para a cama e exclamou "Finalmente, estou na minha cama!"

 

É verdade que cada um sente de forma diferente e grava na memória o que os marca mais. Estou certa que o meu filho e o meu marido têm algo desse dia que os marcou e recordam, mas optam por não dar importância ou, pelo menos, demonstram que é irrelevante para eles.

 

Pensei que ficaria desiludida se eles não demonstrassem interesse, mas depois percebi que, efectivamente, o dia foi marcado de significados, mas foi aquele dia, há um ano atrás, agora é apenas um dia igual aos outros, um dia em que estamos juntos e somos uma família, um dia a ser celebrado como todos os dias em que temos a sorte e a felicidade de crescermos juntos.

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