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UMA MÃE DE CORAÇÃO... e algo mais

Este blog, mais do que "mãe de coração" tem "fragmentos de uma vida comum". Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral, da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.

UMA MÃE DE CORAÇÃO... e algo mais

Este blog, mais do que "mãe de coração" tem "fragmentos de uma vida comum". Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral, da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.

25
Fev15

Os equilíbrios/desequilíbrios da sociedade

Na semana passada comecei a ler a crónica do Nuno Markl para o site Maria Capaz, sobre as desigualdades e desequilíbrios da nossa sociedade ao nível do género. Hoje (finalmente consegui ler do princípio ao fim) e adorando a forma como expôs o tema, encontrei num parágrafo a minha opinião dita de uma forma que considero brilhante.


 


"Eis o remate para toda esta confusão: larguem as etiquetas. O mundo é capaz de ser mais fácil se houver coisas de homem e coisas de mulher, um planeta transformado numa enorme casa-de-banho, com portas com um boneco com saia e outro sem. Mais fácil – mas também profundamente injusto e desequilibrado. Será infinitamente mais interessante e rico se elas nos ensinarem sobre funcionamento de motores e nós lhes ensinarmos sobre a melhor maneira de temperar peixe." por: Nuno Markl


 


No blog da Niki, ela questiona, num post desta semana, se estará no DNA feminino assumir automaticamente determinados papeis ou se é mais uma questão cultural, de experiências partilhadas de geração em geração. 


 


Para mim tudo se resume à experiência individual de cada um, só assim compreendo como é que uma menina que cresce cercada de carros aprenda mecânica enquanto que um menino que cresce numa cozinha se apaixona pela culinária!!!!


 


Em tempos fiz formação em Igualdade de Género e acredito que mais do que me elucidar sobre os momentos que marcaram a história, foi a tomada de consciência de como se constrói as consciências. 


 


Este é um tema de que voltarei a falar certamente, entretanto, recomendo, mais uma vez, leitura completa da crónica do Nuno Markl (e não, não recebo comissão). 


 

24
Fev15

MÃES MÁS por Dr. Carlos Hecktheuer, Médico Psiquiatra

Partilharam comigo, à pouco, este texto e não podia deixar de partilhar convosco aqui também, já que vai um pouco na linha do post anterior.

 

"MÃES MÁS

Um dia quando o meu filho for crescido o suficiente para entender a lógica que motiva um pai, eu hei de dizer-lhe: 

Eu te amei o suficiente para ter perguntado: onde vais, com quem vais, e a que horas regressarás a casa.

Eu te amei o suficiente para ter insistido que juntasses o teu dinheiro e comprasses uma bicicleta para ti, mesmo que eu tenha tido hipótese de comprá-la para ti.

Eu te amei o suficiente para ter ficado em silêncio e deixar-te descobrir que o teu novo amigo não era boa companhia.

Eu te amei o suficiente para te fazer pagar a bala que tiraste da mercearia, e dizeres ao senhor: "Eu peguei isto ontem e queria pagar".

Eu te amei o suficiente para ter ficado em pé, junto de ti 2 horas, enquanto limpavas o teu quarto; tarefa que eu teria realizado em 15 minutos.

Eu te amei o suficiente para te deixar ver: fúria, desapontamento e lágrimas nos meus olhos.

Eu te amei o suficiente para te deixar assumir a responsabilidade das tuas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.

Mais do que tudo eu te amei o suficiente para te dizer não quando eu sabia que me irias odiar por isso. Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.

Estou contente, venci, porque no final vocês venceram também.

E qualquer dia, quando os teus filhos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais, tu vais lhes dizer quando eles te perguntarem se a tua mãe era má... "que sim, era má, era a mãe mais má do mundo".

As outras crianças comiam doces pela manhã,mas nós tinhamos de comer cereais, ovos e torradas.

As outras crianças ao almoço bebiam Pepsi e comiam batatas fritas, mas nós tínhamos de comer carne, legumes e frutas.

E, não vais acreditar, a nossa mãe obrigava-nos a jantar à mesa, bem diferente das outras mães também.

A nossa mãe insistia em saber onde nós estávamos a todas as horas. Era quase uma prisão.

Ela tinha de saber quem eram os nossos amigos, e o que nós fazíamos com eles.

Ela insistia que lhe disséssemos que íamos sair por uma hora, mesmo que demorássemos só uma hora ou menos.

Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela violou as leis de trabalho infantil. Nós tínhamos de lavar a louça, fazer nossas camas, lavar nossa roupa, aprender a cozinhar, aspirar o chão, esvaziar o lixo e todo o tipo de trabalhos cruéis.

Eu acho que ela nem dormia à noite a pensar em coisas para nos mandar fazer.

Ela insistia sempre conosco para lhe dizermos a verdade, e apenas a verdade. Na altura em que éramos adolescentes, ela conseguia ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata.

A mãe não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para nós descermos.Tinham de subir, bater à porta para ela os conhecer.

Enquanto toda a gente podia sair à noite com 12, 13 anos, nós tivemos de esperar pelos 16.

Por causa da nossa mãe, nós perdemos imensas experiências na adolescência. Nenhum de nós, nenhuma vez esteve envolvido em roubos, atos de vandalismo, violação de propriedade, nem fomos presos ou advertidos por crime nenhum. Foi tudo por causa dela.

Agora que já saímos de casa, nós somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor, para sermos "maus pais", tal como a nossa mãe foi.

Eu acho que este é um das males do mundo de hoje:

Não há suficientes Mães Más."

(Por Dr. Carlos Hecktheuer, Médico Psiquiatra)

24
Fev15

Artigos que vou "pescando"

Não sei se foi por ter apanhado o comboio a meio, mas ando sempre à "pesca" de artigos que me ajudem a perceber o melhor caminho, para ensinar o que gostaria que o meu filho aprendesse, ou se estou a fazer algo errado que o prejudique e de que forma.

  

Lembro-me de, antes mesmo do meu filho chegar a casa, procurar livros que me orientassem para esta fase da vida dele, tal como se faz quando se vai ter um bebé, mas tal como a cultura geral do nosso país, também os nossos escritores e editoras estão muito limitados nesta questão. Na melhor das hipóteses encontramos um ou dois livros sobre o que esperar nesta fase (idade), tudo o resto refere-se à primeira infância e à adolescência! Por isso e na falta de melhor recorro à net e aos parcos artigos em revistas!

 

Aqui está um exemplo do que vou lendo e que achei muito interessante de partilhar aqui. Usam psicologia invertida, com a devida explicação, para alertar os pais que estão a criar pequenos ditadores. 

 

  1. “Comece desde muito cedo a dar ao seu filho tudo o que ele quer”. Sabe o que é um tirano, não sabe? Se a criança tiver tudo o que quer, irá converter-se num ditador. Racione o que lhe dá e ensine-o a dar valor às coisas. 
  1. “Faça sempre tudo aquilo que devia ser o seu filho a fazer”. Se não quer ter um parasita dentro de casa, tem que o ensinar a estudar sozinho, fazer a cama, arrumar o quarto, desenrascar-se nas tarefas diárias. Dar-lhe os primeiros ensinamentos é importante para singrar na escola da vida. 
  1. “Nunca o repreenda”. Se quando somos adultos temos que ouvir repreensões do chefe, amigos e até familiares, como é que uma criança não pode? Quando o seu filho estiver errado tem de ser chamado à atenção. 
  1. “Satisfaça todas as suas exigências e caprichos no que se refere a alimentação, vestuário e conforto”. Não, não deixe que as modas e as birras se sobreponham ao bom senso. Roupa adequada às condições meteorológicas e alimentação equilibrada são fundamentais. 
  1. “Discuta o mais possível com o cônjuge na frente da criança”. É normal que os adultos tenham discussões, mas evite-as à frente do seu filho ou filha. A criança poderá perder o respeito por um dos progenitores perante situações de discussão entre os membros do casal. 
  1. “Encoraje a utilização do calão e ria-se das piadas menos próprias”. Os palavrões ficam mal em qualquer idade, mas sobretudo nas crianças. E não se ria do que, no futuro, pode não ter graça nenhuma. 
  1. “Deixe o seu filho navegar livremente na internet e ler tudo o que lhe apetecer”. Cada conteúdo tem uma idade apropriada para ser visto. Não deixe que a sua criança tenha um ensino indiscriminado. Existem conteúdos para todas as idades. Evite demasiada exposição à televisão e ajude-o a selecionar o que vê e lê. 
  1. “Nunca incuta princípios morais ao seu filho”. Não espere pelos 18 anos para lhe dizer o que está certo e errado. A aprendizagem dos valores e ideias de vida começa desde cedo. 
  1. “Dê-lhe todo o dinheiro que ele quiser”. Ensine-o a gerir o dinheiro. Não lhe dê nem muito, nem pouco. Dê-lhe o suficiente para que execute algumas tarefas diárias nas quais precise do dinheiro, como comprar a refeição da escola, o livro, e ensine-o a poupar. É importante. 
  1. “Defenda sempre o seu filho!”. Por muito que goste da sua criança, é preciso ter noção que às vezes a culpa é dela.


fonte: SAPOLIFESTYLE estrito por: Nuno Noronha

 

 

 

23
Fev15

O passado perdido

Ontem, num passeio em redor da cidade onde vivo, reparei que estamos rodeados de quintas antigas na sua maioria com edifícios abandonados.


São celeiros ou palheiros, cavalariças, casas senhoriais ou simples casinhas dos caseiros.


Seja como for é das visões mais tristes que encontro pelo país fora.


Locais cheios de história, que guardam nas suas ruinas pedaços da vida de alguém. Desde criança que sonhava em reconstruir, reabilitar edificios antigos mas a vida, ou as minhas escolhas, foram-me levando por outro caminho, mas o sonho continua cá, sempre que encontro edificios antigos, abandonados não posso deixar de imaginar as memórias que encerram.


 


20150222_163350.jpg


 


 

23
Fev15

Episódio menos feliz

Tenho estado para aqui a magicar se deveria falar aqui do episódio deste fim de semana, mas depois recordo-me do porquê do blog, novamente, e acredito que se é bom saber como lidar com determinadas situações, é preciso, antes de mais, estar alerta para elas. 

 

Se, quando comecei toda esta aventura não existisse um blog onde uma mãe descrevia o primeiro acesso de raiva da filha e a importância do mesmo, eu, quando passei pelo mesmo, certamente não reagiria com a serenidade necessária que o momento exigia.

 

Assim, este sábado, depois de uma manhã muito calma (aceitou todos os exercícios de matemática que o pai lhe deu, sem fazer birra ou gritar) quando, perto da hora de almoço comecei a falar com o meu pequeno sobre os planos de "trabalho" dele para a tarde, atirou-se a mim com gritos e respostas tortas. Tentei falar com ele e saber o que se estava a passar de verdade para estar a reagir assim, mas ao sentir-se encurralado quis sair/fugir, como se habituou a fazer nos últimos tempos. Esta é a nova técnica quando é contrariado e não quer lidar com a frustração.

 

Como não pode passar a vida a fugir das situações, não lhe dei espaço para isso e pedi calmamente que respirasse fundo e falasse com calma comigo, disse-lhe que estávamos apenas a conversar, não havia motivo para estar a ficar nervoso. Pois, parece que se sentiu mesmo encurralado, porque quando o tentei abraçar "espetou" os dentes no meu braço e quando pedi para parar com aquilo apertou mais e mais até que tive de lhe bater para me largar (e não, não foi uma bofetada, mais uma palmada para o "despertar"). E pronto, lá foi de castigo para o quarto e ficou um mês sem o seu bem mais precioso que é o computador. Claro que a conversa não ficou por aí!

Naquele momento ficámos todos alterados, ele - evidente, eu fiquei completamente de rastos, e o meu marido que estava ao telefone quando tudo começou e só percebeu o que se tinha passado depois de ele já se ter fechado no quarto. Tivemos de reunir todas as forças para aplacar a situação.

 

Quando chegou o almoço sentámo-nos os três à mesa, todos mais calmos, e tivemos uma conversa séria sobre o que tinha acontecido. Esteve sempre cabisbaixo e as respostas eram sempre do tipo "Não sei", até que o pai lhe perguntou (porque ele está sempre a falar dos exemplos que o pai dá) se alguma vez tinha visto o pai a bater na mãe ou a mãe no pai, ao que ele respondeu: "não sei, podes fazer quando eu não estou a ver!" - para mim foi algo muito revelador de como o que está no passado ainda o ensombra, ainda que se recuse a falar sobre isso.

 

Depois de arrumarmos a cozinha, quando viu a marca no meu braço começou por rir (como faz sempre que está envergonhado - é um riso diferente) e eu disse-lhe, ainda assim, que não era motivo para rir, mesmo sabendo porque o fazia, pois o que ele tinha feito era muito grave e não poderia voltar a acontecer fosse comigo ou com outra pessoa qualquer, nem devia permitir que lho fizessem a ele.

 

 

Aí abraçou-me e chorou ao mesmo tempo que pedia desculpa - ele raramente pede desculpa e nunca chora de tristeza.

 

20
Fev15

Greve, e outra greve, e outra greve

 



Centenas de escolas estão fechadas em todo o país por causa da greve dos funcionários não docentes. A reivindicação prende-se com a falta de funcionários e também com a utilização de trabalhadores sem experiência e com contratos precários. A adesão à greve supera os 80%, garantem os sindicatos



... mais uma greve para ajudar o país a ir para a frente.


 


Que me perdoem a ignorância, mas exactamente o que se pretende obter com uma greve? Mostrar que se está insatisfeito? - acho que uma carta serviria para mostrar essa insatisfação... Será que é para assustar quem está no cargo de decisão?? - acho que nem sentem cócegas quanto mais medo... Será que é para ajudar os trabalhadores a melhorar as suas condições de trabalho? - acho que perdem é um dia de trabalho e o dinheiro que descontam para o sindicato.


 


Por mais solidária que esteja com as dificuldades de cada um, não me parece que um dia de greve vá ajudar quem quer que seja, na melhor das hipóteses prejudica os alunos que mais uma vez ficam sem aulas. Com a falta de professores tudo, e legitimamente, se manifesta, com estas greves tudo se cala!?!? Ou não!? E haverá mais quem como eu não percebe onde se pretende chegar???


 


Dito isto, tenho que dizer que não é a mim, ou ao meu filho que prejudicaram com a greve, felizmente onde estamos não temos liceu publico portanto está num estabelecimento de ensino particular e cooperativo onde não há lugar a greves, as condições são apresentadas a quando da contratação e quem quer fica e trabalha quem não quer sai.


 


 

19
Fev15

Rescaldo do fim-de-semana prolongado

Estive uns dias desaparecida destas lides e, apesar de ser, em parte, por opção, a verdade é que senti muita falta. Ás vezes sinto-me um pouco como que perdida numa ilha deserta, e as partilhas que tenho recebido a partir daqui ajudam a regressar ao mundo real (por estranho que isso pareça)! São breves e até raros, diria, os momentos em que me sinto isolada, mas o facto do meu trabalho me manter um pouco distante de conversas racionais e maduras, faz com que assim seja.

 

Mas longe disso, este fim de semana foi cheio. Sábado - Dia dos namorados uma maravilha, filho rabugento, marido doente, casa por cuidar, compras para fazer, comida para preparar para o almoço de família de domingo!!!!

 

Domingo (dia do meu aniversário - FYI), o marido acordou um pouco melhor e levantou-se para preparar o pequeno almoço (é habito ao fim-de-semana, não por ser dia especial) e eu, maluquinha como sou, pensei "Bem, hoje é o meu dia e apesar de ainda ter muito que fazer antes das visitas chegarem, mereço tomar um duche longo e sossegado!!!"  Pois claro que sim!!!! Cinco minutos depois de ter fechado a porta da casa de banho vem o filho "demoras muito mãe?", acabada de entrar no duche vem o marido "demoras muito?" saio do banho e oiço do andar de baixo "então Lígia, ainda vais demorar?" e "estamos à tua espera mãe!".... NEM 10 MINUTOS tinha podido estar!!!!!! Saio meio vestida, cabelo a pingar e completamente possessa "VOU DEMORAR SIM E NEM QUERO SABER, COMAM E DESAPAREÇAM!!!".... Ok passei-me um pouquinho, mas a bem da verdade não tenho dormido grande coisa e os fins-de-semana também não têm sido nada calmos, ora está o filho ora está o marido doente e depois ERA O MEU DIA DE ANOS!!!!!! E porque ainda não era suficiente quando desço ainda tenho o olhar de acusação do meu filho a dizer "Eu só te queria dar o teu presente!" (e eu a pensar, o melhor presente era um banho relaxado!!!!)

Ah! E melhor, o meu presente, que ele tanto me queria entregar, fui EU que comprei, porque apesar de dizer que não queria nada, que não precisava de nada o menino fez birra porque tinha de me dar um presente, e o papá achou por muito bem dar-lhe razão!!! Esqueceu foi que se assim queriam então tinham de ir às compras, ora sábado estava de "sofá" portanto quem teve de tratar disso também fui EU.... Enfim, foi um dia meio louco, que passei dividida entre as visitas e os telefonemas carinhosos da família e amigos culminando numa bela enxaqueca!!!!!

E pronto, quem disse que era fácil ser mãe!?!?!?

 

Valeu em parte a segunda e terça de Carnaval. Fomos até à terrinha visitar os meus sogros, e lá longe onde estão, sem net e com muuuiittto frio, foi aproveitar para por a conversa em dia e ler muito enroscados à lareira, lamentavelmente a longa viagem não ajudou a melhorar do cansaço, mas também, não se pode ter tudo.

 

Já o meu filho está apaixonado pelo "Diário de um banana" e devora o livro em dois dias!!! Finalmente, algo que lhe dá prazer fora do computador! 

13
Fev15

Comportamento abjecto

Aos 102 anos, idosa foi encontrada a viver num anexo da casa do neto. Partilhava o espaço com um cavalo e outros animais, entre lixo e sem qualquer condição de habitabilidade.


 


Há situações, que por mais voltas que dê ao cérebro, não consigo explicar a mim própria. Esta é uma delas. Posso até sentir alguma empatia por alguém que cuida de um idoso difícil. Hoje tenho uma visão muito diferente sobre a questão. Ainda que no meu caso não seja nada de especial, a verdade é que há dias e dias.


 


Agora o que leva alguém a tomar uma atitude destas é, realmente, algo que me ultrapassa. Já ouvi relatos de vizinhos que dizem que a senhora era uma pessoa com mau feitio e outros que falam em ganância dos cuidadores. Será que as pessoas não se ouvem quando falam? Estamos a falar de um ser humano, certo?


 


E onde estão os defensores dos direitos humanos? Certamente, se um presidiário fosse tratado desta forma numa cadeia, haveria muitas vozes indignadas a manifestar-se, tratando-se de assuntos de família ninguém se mete!!!


 


Como disse: há situações, que por mais voltas que dê ao cérebro, não consigo explicar a mim própria.


 


Continuo convencida que o nosso sistema judicial não serve os interesses da população em geral. Não pune nem reabilita ninguém! Cadeia, como temos no nosso país, parece-me local de férias para quem comete este (e outros) tipo de crimes.


 

13
Fev15

O rescaldo

No último post expus a ideia que tive, para ajudar o meu "rapazote" a melhorar a concentração e a memória, a dar início logo nesse fim-de-semana. Pois sim!

 

Sábado ao pequeno-almoço lá lhe explicámos o que ia acontecer e porquê. Talvez por lhe dizer que não era castigo mas para o ajudar, a verdade é que aceitou muito bem a ideia... até ao momento de o pôr em prática.

 

Passou a manhã com os trabalhos de casa, e, escusado será dizer que a meio dos trabalhos de matemática teve de ser "enviado" para o quarto para "arrefecer a cabeça". Todas as vezes que tem uma dificuldade atira-se a nós aos gritos e com insultos...sim, sabemos que é fruto das suas inseguranças, mas lá em casa não se aceita desculpas para a falta de respeito...e, verdade seja dita, que depois de acalmar tudo corre melhor!

 

Ao almoço tudo tinha melhorado, só que os olhinhos começaram a "vidrar", os tremeliques voltaram e a comida estava difícil de descer. Após alguma insistência o almoço foi comido e lá vêm as mezinhas para a gripe. A tarde acabou por ser passada no sofá com febre.

 

Domingo, acordou como novo. Fomos até Coimbra, como tem de ser, todos os meses, levantar a medicação do pai. Quando chegámos a casa lá vinha a história do computador (por ele essa seria a vida...24h ligado ao PC)... mas o acordo não foi esse e lá se resignou a ir buscar um puzzle. Reclamou, resmungou e quando lhe disse que tinha acabado de acrescentar mais 5min há meia hora acordada, com toda a resmunguice, calou-se e passou o tempo seguinte entretidíssimo a trabalhar. Confesso que não esperava, mas como disse a Ana Santos no comentário que me deixou "Por vezes quando achamos que vai ser "pesado", tudo corre suavemente...". E assim viu-se recompensado com um tempinho no computador.

 

Ontem, como não havia TPC, resolveu dedicar-se VOLUNTARIAMENTE a terminar o puzzle, que havia começado, e ainda estava sobre a mesa de jantar. No final estava todo orgulhoso, e fez a segunda descoberta do dia (a primeira conto da próxima vez): a mãe tinha razão quando disse que ele era capaz de fazer um puzzle de 100 peças sozinho (parece que nunca tinha acontecido, por isso não acreditava ser possível), bastava dedicação.

 

10
Fev15

Momentos que um dia nos farão rir...ou, pelo menos, sorrir!

Há umas semanas acompanhei a minha mãe à consulta de neurologia da minha avó.


Depois do questionário habitual, inicia um novo tipo de diálogo:


Médico - "Então D. X como é que acha que está?"


Avó - "Tá tudo bem!" 


Eu e a minha mãe abanamos a cabeça em sinal negativo.


Médico - "Então e tem dormido bem?"


Avó - "Tenho sim Sr. Dr.!" 


Eu e a minha mãe abanamos a cabeça em sinal negativo.


Médico - "Então costuma ter muitos sonhos?"


Avó - "Assim, assim, acho que não" 


Eu e a minha mãe abanamos a cabeça em sinal negativo.


Médico - "E diga-me mais uma coisa, costuma vestir-se sozinha, e arranjar-se sozinha?"


Avó - "É, acho que sim" 


Eu e a minha mãe abanamos a cabeça em sinal negativo.


Médico - "Então acha que está tudo bem, não é?"


Avó - "Tá tudo bem! Já estou melhor, acho que já estou boa" 


 


Aí não aguentamos mais e desatamos a rir!! E começamos a picar com ela na brincadeira (sabemos que todo aquele discurso dela foi ensaiado para se livrar das idas ao médico porque detesta as perguntas que ele lhe faz). Acho que o médico ficou um bocado surpreendido e acabei por pedir-lhe desculpa por estarmos na palhaçada durante a consulta. Ao que ele me responde: "Não, não, para mim é uma felicidade ver que a família leva esta situação na desportiva e é capaz de rir destas situações, não é fácil!"


 


E não é! Hoje já ouvi o mesmo trecho de histórias, sem exagero, 10 vezes ... sim, 10 vezes, com mais ou menos floreados mas as frases repetem-se umas atrás das outras, e quando chega à ultima retoma do início. Entretanto, lembrou-se dos bisnetos e começou a perguntar as idades deles. Quando comecei a desfiar os números (idades, aniversários de casamento) então concluiu, espantada, que estava a ficar velha!!! Ri-me a bom rir!! O espanto da cara dela não tem preço! E se durante o dia há momentos que desespero, há outros que são insubstituíveis, e quando no final da semana faço o relato à minha irmã que vive longe, damos sempre boas gargalhadas, e gravamos estes momentos para mais tarde recordar!!!

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