Este blog, mais do que "mãe de coração" tem
"fragmentos de uma vida comum".
Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral,
da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.
Este blog, mais do que "mãe de coração" tem
"fragmentos de uma vida comum".
Uni os dois blogs e, aqui, falo de adopção em geral,
da nossa experiência e de outros pedaços da minha vida.
"Marian Cladwell é uma produtora de televisão de 36 anos que vive uma ‘vida de sonho’ em Nova Iorque. Com uma carreira fulgurante e uma relação amorosa perfeita, todos à sua volta - e também ela própria - consideram que Marian tem a vida que sempre quis ter. Mas, uma noite, alguém lhe bate à porta … e ela dá de caras com Kirby Rose, uma rapariga de 18 anos que traz a chave para um passado que Marian pensava ter encerrado há muitos anos. A partir deste momento, toda a organizada e bem-sucedida vida de Marian será profundamente abalada com o reavivar de memórias e de uma antiga paixão que parecem ameaçar tudo o que ela construiu. Marian e Kirby embarcam assim num processo de redescoberta e de reavaliação e vão perceber que o lugar a que verdadeiramente pertencemos é, por vezes, o menos óbvio e provável."
Hoje coloca-se a questão: Psicolog@: sim, não, talvez?
E não, a resposta não é assim tão linear. Gostava de ouvir as vossas opiniões sobre o tema.
Durante o processo de creditação foi-nos dito que haveria a possibilidade da criança que nos fosse proposta necessitar de apoio psicológico e fomos questionados quanto a isso. Posteriormente, também, nos foi dito que não deveríamos delegar a nossa responsabilidade e o nosso trabalho, num psicólogo, deveríamos ser nós a agir em consciência.
Assim, quando no inicio do processo de adaptação algumas pessoas me perguntavam qual era a opinião do nosso psicólogo (nesta ou naquela situação), e eu respondia que não éramos acompanhados por um psicólogo, as pessoas ficavam surpreendidas e perguntavam se éramos contra. A minha resposta é não, sou até muito a favor da terapia, mas apenas quando a pessoa realmente sente necessidade disso, de outra forme não serve para nada.
Ora, com o meu filho sentimos que não fazia sentido, por enquanto, procurar apoio exterior. Sim, tem alguns "traumas" em relação ao passado, mas nada que, por enquanto, interfira no seu desenvolvimento normal. Por outro lado, tem total aversão a psicólogos já que nas duas visitas, que foi obrigado a fazer quando estava na instituição, @ psicolog@ quis de todas as formas conhecer, pela boca dele, sobre o seu passado, algo que ele recusa fazer. Depois, ainda nos foi dito, por pessoas formadas (incluindo a psicóloga da SS que nos acompanhou neste processo) e com experiência em lidar com estas situações, que muitas das crianças preferem "esquecer" o passado e não estão preparadas para lidar com ele, quando quiserem elas próprias vão tomar a iniciativa de falar.
Por todos estes motivos ainda não procuramos ajuda externa, mas já houve momentos que nos questionámos se não estaríamos a fazer mal, se não seria de forçá-lo agora a lidar com o passado para não ter problemas de futuro. Será que é isso que o vai impedir de ter problemas, ou o facto de ser forçado a lidar com algo que não está preparado é que criará um problema maior?
Como em muitos processos de adaptação, existem vários factores a ter em consideração e quando se fala da adaptação de uma criança à nova família alguns pontos são mais relevantes que outros. Quando falamos na adopção tardia temos de considerar, por exemplo, que essas crianças têm uma percepção muito diferente, da adopção, de uma criança mais pequena. Assim, os pontos referidos no texto a baixo, parecem-me muito importantes quando falamos destas questões.
Com o meu filho, e para quem acompanha o blog já sabe, tem sido, ao longo deste ano, um oscilar constante, entre o perfeitamente adaptado ao ter dificuldade em sentir-se seguro. Para ele, uma criança de 9 anos, houve um primeiro momento de ligação instantânea a toda a família,- sim que às vezes a vinculação aos pais é tão importante quanto a vinculação à família alargada, - que com o tempo veio a demonstrar que não era tanto assim... desafiou tanto os pais quanto os avós e há momentos em que a insegurança vem ao de cima e mesmo repetindo diariamente o quanto é amado, às vezes, não chega.
O amor e carinho demonstrado pela família alargada ajuda a que se sinta mais seguros, afinal não é só o pai e a mãe para ajudar e estar presente, também tem os avós, os tios, e até os primos da mãe! Qualquer uma destas pessoas o pode ir buscar à escola, quando a mãe ou o pai não estão, qualquer uma destas pessoas dá de comer, ajuda com os trabalhos de casa, leva a passear e dá mimos e carinho.
Para o meu filho tem sido fundamental a presença diária da família alargada, hoje ele sabe que se os pais não puderem estar, terá sempre quem cuide dele, agora pertence a uma família de verdade!
Processo de adaptação da criança adoptada
Escrito por Alhelí Quintanilla, jornalista especializada em infância e gravidez (original aqui)
Existem vários factores que influenciam o processo de adaptação de uma criança adoptada: a sua herança genética, historial médica ... mas, acima de tudo, o seu historial afectivo e idade, uma vez que quanto maior for, maior a carga emocional da criança.
Para os pais, é importante que conheçam as reacções mais comuns dos seus filhos para que quando, finalmente, chegam a casa e iniciam o processo de adaptação:
Vinculação. Em circunstâncias normais a ligação entre pais e filhos é construída durante o primeiro ano de vida e é baseada no amor e confiança nos adultos; No entanto, as crianças adoptadas, na maioria dos casos, não conheceram essa segurança, - passaram por várias mãos ou instituições - o que implica que os novos pais enfrentam o desafio de estabelecer um vínculo forte e permanente com eles, que diminua e apague as consequências das suas experiências anteriores.
Por isso, é normal que, num primeiro momento, tenham medo ou rejeitem os seus novos pais e se mostrem depressivo ou, pelo contrário, que não se queiram separar deles e tentem chamar a sua atenção o tempo todo. Em qualquer caso, o mais comum nestas crianças é que coloquem à prova, constantemente, o amor incondicional de seus pais.
Conduta. No inicio podem reproduzir não só maus hábitos (higiene, comer ou dormir), que terão de ser corrigidos com paciência, mas também podem mostrar-se desobedientes, desafiadores e agressivo. Também são muito comuns a hiperactividade, e pesadelos ou terrores nocturnos.
Aprendizagem. Uma vez que eles não receberam estimulação adequada nos estágios iniciais, podem demorar algum tempo a falar, ler ou escrever, especialmente se forem crianças mais velhas, porque custa-lhes mais manter a concentração ou prestar atenção ao que lhes é dito.
Em qualquer caso, salvo excepções, o mais natural é que a convivência entre pais e filhos se concretize de forma satisfatória para ambos, como demonstrado, por um estudo realizado há dois anos pela Universidade Autónoma de Barcelona, que examinou a adaptação de crianças adoptadas, a partir de uma amostra 52 crianças, entre os 6 e os 11 anos, de diferentes países e um grupo de controle de 44 crianças não adoptadas. De acordo com as suas conclusões, os filhos adoptivos não apresentaram diferenças significativas de adaptação em relação às outras crianças, aliás eram menos propensos a somatizar problemas psicológicos, graças ao seu próprio esforço e aos que os circundavam, de forma a evitar que isso aconteça.
Para quem me acompanha nesta aventura sabe que estou sempre em busca de novas técnicas, novas formas de transmitir os valores que considero importantes para que o meu filho cresça saudavel de corpo, cabeça e coração.
Hoje partilho estas dicas que vou fixar num quadro lá em casa para ver se é desta que as consigo por todas em prática!!!!
Tem receio de estar a educar uma criança mimada? Dr. Phil McGraw (psicólogo dos Estados Unidos que tornou-se conhecido do grande público ao participar nos programas de Oprah Winfrey como consultor de comportamento e relações humanas) e Betsy Brown Braun (especialista em desenvolvimento infantil e comportamento e autora de "Você não é o meu chefe"), sugerem as seguintes estratégias para melhorar as suas técnicas de disciplina e ajudar a estabelecer um vínculo saudável com o seu filho:
Como evitar estragar a sua Criança
Definir limites firmes e consistentes para o seu filho.
Incentivar o seu filho a trabalhar por algo que ele quer.
Não deixar que o tempo que passa com o seu filho seja apenas nos recados diários.
Dicas Parentais para melhorar a Comunicação
Distância ideal para a comunicação entre duas pessoas é de 2-4 pés.
Desça para o nível do seu filho. Uma comunicação olhos-nos-olhos equilibra o "jogo".
Cuidado com a sua raiva.
Não fale ao mesmo tempo que o seu filho.
Como ensinar o Respeito
Ouça o seu filho.
Tnha limites claros e aplique-os.
Fale sobre o comportamento, não sobre a criança.
Como Ensinar Responsabilidade
Não falte às promessas e insista que o seu filho faça o mesmo.
Ensine o seu filho sobre obrigações.
Permita que o seu filho experimente as consequências de não fazer escolhas responsáveis.
Depois do post de ontem onde me "confessei" as reacções de apoio foram diversas e, por ser difícil responder a cada uma delas, individualmente, aproveito para agradecer aqui primeiro. É sempre agradável sentirmos que não estamos sós.
Debati-me se deveria ou não falar tão abertamente sobre o que estava a sentir, pois apesar de saber que acontece a todas as mães, e pais, em algum momento, tinha receio de ser mal interpretada. Então recordei um pedido de uma futura mamã que me questionava sobre os momentos mais difíceis e achei que este seria um exemplo perfeito. Mostrar que sim, há alturas em que os nossos filhos esticam a corda e nós aguentamos e noutros momentos eles apenas puxam ao de leve e nós quase explodimos, mas que no final tudo faz parte da vida, não é um problema isolado da adopção tardia, mas das dificuldades de educar uma criança.
O propósito deste blog é também esse, mostrar o lado menos bonito, ou menos fácil, para que quando alguém decidir ser mãe ou pai o faça consciente dos desafios. E isso vale na adopção e na procriação.
Assim, volto a agradecer os depoimentos, conselhos e apoio deixados nos comentários, espero que ajudem outros como me ajudam a mim! Obrigada!
Esta manhã atingi um novo limite na minha paciência e estive a ponto de dar uma bofetada ao meu filho... não o fiz, mas por segundos ceguei e quis dar-lhe. E na verdade não foi por nada de especial que tenha feito.
Não sei explicar, será o cansaço provocado pelo mau estar físico dos últimos dias, será o cansaço pelo número de vezes que repito as mesmas coisas e parece que nada entra, será por ver um comportamento cada vez mais desafiante dele e não saber que mais fazer para mudar isso!?!?!?
Não sei... sei apenas que estou cansada, cansada de chamar à atenção, de ter de levantar a voz para me fazer ouvir, de ter as mesmas conversas todos os dias, de explicar o mesmo todos os dias, de estar sempre a castigar... e para aqueles que ao lerem isto ainda tiverem o preconceito instalado eu explico novamente, NÃO, NÃO ESTOU CANSADA DO MEU FILHO, estou cansada de não saber que mais fazer para o ajudar.
Todos os dias lhe explico o que são as consequências, que o bom comportamento trás coisas boas e o mau comportamento trás coisas más, dou-lhe exemplos e relembro-o que a forma como tem agido connosco não é quem ele é, mas o resultado de uma escolha errada. Parece que nada resulta. Por enquanto, a única coisa que me consola é que este comportamento tem sido só em casa.
Se alguém tiver a formula mágica que acaba com desobediência, respostas tortas, desrespeito ao pai e à mãe, agradeço que me indiquem! Obrigada.
O meu "piqueno" andou quase toda a semana a ameaçar com uma gripe e a noite de 5ª-feira culminou com todo o esplendor da doença... ia dizer - até aí tudo bem - mas não é assim, porque é mesmo muito aflitivo ver o nosso filho doente e não poder fazer muito para o ajudar. Agora, quando juntamos a essa aflição o nosso estado de saúde debilitado, então está mesmo tudo estragado. O pobre passou a noite aflito com tosse e a mãe a arder com febre por mais vezes que o fosse ver também pouco lhe podia fazer, por isso, no dia seguinte lá fomos os dois para o médico...e não é que o cachopo estava melhor do que a mãe?!?!? Passou-lhe o vírus e recuperou rapidamente. Já eu, enfim, depois de um fim-de-semana de "semi-cama" (sim, que o rapaz até trepava paredes se a mãe não se levantasse!), tive de sacudir a poeira e retomar a rotina semanal.
Ora se nunca é agradável estar doente, fica ainda mais complicada a recuperação com uma criança por perto, que requer mmmuuuiiitttaaaa atenção! Para mim, esta foi uma experiência nova, não por ter crianças por perto quando estava doente, mas por estar no papel de mãe. Sim, o pai esteve presente, tratou das refeições, de entreter a criança, mas por algum motivo, que confesso ainda não realizei muito bem, para o meu filho não foi suficiente. Passei os três dias a explicar porque não podia/não consegui brincar com ele ou fazer os jogos que ele queria ou sair para passear, ainda assim, apesar da febre que carregou feio desta vez, tentei estar presente na mesa à hora da refeição, tentei dar carinho, propus programas mais suaves mas que poderiam ser realizados a dois (sessão de cinema, sessão de leitura), parecia que nada era suficiente, e quanto mais eu tentava mais ele provocava e se rebelava.
Ontem à noite quando o fui deitar estava pronto para fazer mais uma cena e quando o chamei, novamente, à atenção resolveu atirar-me à cara que eu não lhe tinha dado atenção nenhuma, aliás nunca dou, que não lhe fiz vontade nenhuma, como nunca faço e que sou uma péssima mãe.
Confesso que noutra altura, se calhar, iria sentir-me culpada, mas desta vez não. E por isso respondi-lhe que o comportamento dele não era aceitável; que o que estava a dizer não era verdade e que demonstrava um comportamento egoísta e que isso não é aceitável (pergunta sempre - Estás a dizer que eu sou egoísta?- a minha resposta é sempre - não, mas o teu comportamento é! - é sempre bom distinguir uma coisa da outra) nem respeita a pessoa que ele é.
Expliquei-lhe, novamente, que quando se chama a atenção com mau comportamento tem-se respostas negativas, nos momentos em que escolheu chamar à atenção de forma positiva teve respostas positivas e que assim será pela vida fora, que não ganha nada em fazer-se de vitima, muito pelo contrário.
Todos estes dias tentei que me explicasse o que o estava a incomodar, o porquê de andar histérico a fazer asneira atrás de asneira e a desobedecer a todo o segundo, a única coisa que me respondia era que queria atenção e como eu sabia que ele não estava a ser negligenciado de forma alguma questionei-o sobre que tipo de atenção é que queria, o que é que eu podia fazer para ele sentir que lhe estava a dar atenção, e então foi quando respondeu, "deixares-me jogar computador" ora como essa actividade está condicionada ao bom comportamento foi-lhe explicada a escolha que ele tinha de fazer, mas nem assim, por isso quando à noite acusa a mãe de ser má, confesso que fico um pouquinho satisfeita, significa que o estou a educar!
Mais do que atenção, o que ele queria era realizar a fantasia que criou sobre uma família, onde tudo gira à volta dele e todas as suas vontades são satisfeitas! Achava que por a mãe estava debilitada cederia mais facilmente, foi um choque grande perceber que não seria assim!
...se calhar devia escrever na Instituição X, mas não vou fazê-lo. Primeiro porque não escrevo para apontar o dedo a uma instituição específica, ou ao pequeno grupo de pessoas (mais ou menos competentes) que nele trabalha; em segundo, porque apesar de ter tido maior contacto com a dita casa, já ouvi relatos suficientes para saber que é um problema geral onde as excepções são mesmo muito raras.
É verdade que há falta de recursos financeiros nestas casas e em particular para as criança, mas a maior falta é a de atenção e afecto...e sim pode-se argumentar que são muitas crianças para poucos funcionários, então eu questiono como farão os pais de famílias numerosas? Não precisamos de andar sempre com as crianças ao colo, às vezes um olhar conta mais que um abraço (por muito bom que seja). A sensação que tenho é que as crianças que vivem em instituições ou são transparentes ou são vistas como um problema para a sociedade.
Quando falei sobre isto com algumas pessoas "mais vividas", explicavam-me que, nas primeiras instituições, eram entregues crianças com problemas de "ajustamento social", de famílias carenciadas que não tinham recursos psico-sociais para educar convenientemente uma criança/ jovem e, portanto, entregavam a instituições (geralmente ligadas à igreja) para que os "corrigissem", ora como não precisavam, propriamente, de correctivos mas de educação/acompanhamento, eram muitas as que acabavam por aumentar a rebeldia e envolver-se em delitos. Hoje, apesar de a realidade ser diferente o estigma mantém-se. E não me parece que quem está a acompanhar estas crianças/jovens esteja mais bem preparada.
Vejamos por exemplo, sim temos assistentes sociais com formação superior que trabalham na instituição, o problema está é que o maior tempo que lá passam, não estão as crianças, estas são acompanhadas por auxiliares com maior ou menor aptidão para lidar com os problemas, mas sem conhecimentos suficientes para saber lidar com situações específicas.
Por exemplo, o meu filho saía da instituição às 8h30 da manhã para as aulas, almoçava no ATL, depois da escola ía para o ATL, novamente, fazer os trabalhos e só regressava à casa perto da hora do jantar onde apenas encontrava uma ou duas auxiliares para cerca de 30 crianças. A "encarregada de educação" dele, uma das 4 assistentes sociais que conheci na casa (desconheço se eram mais ou não), apenas assinava o que a escola enviava, quem fazia o seu "acompanhamento" (digo, avaliação de x em x tempo) seria outra, e como não estava de serviço no dia que o fomos conhecer, também nunca conversou connosco. Aliás, só tive conhecimento desta questão à posteriori quando verifiquei a caderneta do meu filho. Portanto, acompanhamento dos TPC's, dos conflitos, das suas necessidades, não existia realmente, tratava-se um problema como se de um caso isolado se tratasse.
Presenciei, ainda, no dia que o deixámos para dormir na instituição, o descontrolo total da casa e dos jovens. Fomos entregá-lo antes das 9h30 da noite pois, apesar de ele não ir à escola no dia seguinte, os colegas teriam aulas e não queiramos perturbar o descanso dos mesmos. Qual não é o nosso "espanto" (para não dizer choque) quando chegámos e encontrámos cerca de 30 jovens e crianças, com uma única auxiliar, e a confusão instalada. Uns corriam e gritavam, outros ouviam musica em altos berros e ela gritava ainda mais alto no meio de todos, só um pequenito de 5 anos dormia num canto. E então perguntava-me como é que aquelas crianças poderão ter um sono tranquilo se estão naquele caos até aquela hora (saímos de lá já passava das 10h30, porque por mais que quiséssemos a responsável da casa não parecia com muita vontade de terminar a conversa), como conseguirão ter um bom aproveitamento escolar?
Há muito a fazer nestas instituições, especialmente se queremos que estes jovens se tornem membros construtivos da nossa sociedade. Não se pode retirar as crianças de uma má situação e coloca-la noutra, ainda que diferente, mas má também!
Soube no Verão seguinte que a administração da referida casa foi, entretanto, mudada e que houve mudança de pessoal, soube também que o problema existia com a administração anterior à que eu conheci, e se mantinha igual com a que veio a seguir. Claramente não estou a apontar dedos já que não refiro nomes nem locais, mas o conjunto de dinâmicas criadas por um sistema deficiente precisa, urgentemente, de uma revisão.
Afinal está em causa o "superior interesse das crianças", como tão bem escrevem os nossos juizes e assistentes sociais nos relatórios e sentenças!!!!
Há uns dias vi este vídeo que partilhei com o meu filho pois acha sempre a mãe meio exagerada com as boas maneiras... e assim descobriu que a mãe nem é assim tão exigente, já que lhe dá uma folguita, de vez em quando, em alguns pontos!!!